O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou neste sábado que os países do Brics vão apoiar a criação de uma convenção da Organização das Nações Unidas (ONU) sobre cooperação internacional em matéria tributária. A iniciativa visa estabelecer um sistema global mais justo e eficaz, especialmente na taxação de indivíduos de alta renda.
Brics defende sistema tributário global mais inclusivo
Durante reunião de ministros das Finanças e Governadores de Bancos Centrais do Brics, no Rio de Janeiro, Haddad reforçou que o grupo reafirma sua vocação de defender o multilateralismo ao apoiar a convenção da ONU. Segundo ele, a proposta representa um passo decisivo para que os super-ricos no mundo possam pagar sua justa contribuição em impostos, promovendo maior equidade fiscal.
“O Brics confirma sua vocação de defesa do multilateralismo ao manifestar apoio à convenção da ONU sobre cooperação internacional em matéria tributária. Trata-se de um avanço rumo a um sistema tributário mais inclusivo, justo, eficaz e representativo”, afirmou o ministro ao discursar na reunião.
Perspectivas do novo multilateralismo
Haddad destacou que o conceito de “reglobalização sustentável” é central na agenda da presidência brasileira do Brics. Ele acredita que nenhum outro fórum internacional possui maior legitimidade para defender essa nova forma de globalização, que prioriza o desenvolvimento social, econômico e ambiental.
“Estamos promovendo uma nova fase de globalização, com foco no desenvolvimento sustentável, fortalecendo a cooperação entre os países do grupo e defendendo uma ordem econômica global mais justa”, acrescentou.
Outras frentes de atuação do Brics
Na esfera econômica, o ministro informou que o Brics trabalha para facilitar o comércio e o investimento entre seus países, além de reforçar a coordenação em reformas do sistema monetário e financeiro internacional. Destacou também o diálogo sobre parcerias público-privadas, tributação e aduanas, com ênfase na tributação de indivíduos de altíssima renda.
Quanto às questões ambientais, Haddad apontou o desenvolvimento de instrumentos inovadores, como o Tropical Forest Forever Facility, para acelerar a transformação ecológica, com um anúncio previsto para a COP 30. Na área social, ressaltou a mobilização de recursos públicos e privados para garantir segurança alimentar e oportunidades econômicas, com foco em resultados concretos.
Avanços e propostas do Brasil no Brics
O ministro também destacou a inclusão de novos países-membros ao grupo — Egito, Emirados Árabes, Etiópia, Indonésia e Irã — e a defesa de um Fundo Monetário Internacional (FMI) mais representativo, além da consolidação do Novo Banco de Desenvolvimento (NDB) como uma referência internacional.
“Nosso comunicado reforça uma mensagem clara: defendemos uma ordem econômica global mais justa, sustentável e representativa. A ‘reglobalização sustentável’ é um objetivo compartilhado por grande parte da humanidade”, afirmou Haddad, reforçando a importância do Brics nesse cenário.
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