O bispo Mark Maigida Nzukwein, responsável pela Diocese de Wukari, no estado de Taraba, Nigeria, afirmou que famílias deslocadas e comunidades que enfrentam diariamente ameaças de violência necessitam urgentemente de suporte espiritual e material. Desde sua nomeação pelo papa Francisco em 2022, ele tem observado uma crescente destruição de lugares de adoração e o aumento das violações contra cristãos no país.
Destruição de igrejas e aumento da violência em Nigeria
Desde sua chegada, Nzukwein testemunhou a destruição de pelo menos 325 igrejas católicas por extremistas islâmicos. “Os cristãos aqui estão realmente sofrendo”, disse em entrevista à CNA. “O que mais precisamos neste momento é da oração das pessoas.”
Segundo o bispo, a violência recorrente resultou em mais de 300 mil pessoas deslocadas no país, muitas vivendo em escolas e em condições precárias. “Visito essas comunidades para celebrar missas e oferecer esperança”, explicou. Apesar da crise, há um sentimento de resiliência e fé entre os deslocados, que acreditam que a situação não durará para sempre.
Necessidade de assistência e iniciativas em formação
Nos últimos anos, organizações como Aid to the Church in Need e Open Doors demonstraram aumento nos ataques violentos, com muitos cristãos sendo mortos ou sequestrados. Essa violência tem impacto profundo na saúde física e espiritual das comunidades, agravando o sentimento de medo e impubernetes.
Para oferecer apoio psicológico e espiritual, o padre George Ehusani, de Kogi, colaborou com a Comissão de Universidades da Nigéria na criação do Campus do Instituto Psicossocial em Abuja, destinado à formação de líderes cristãos e leigos em aconselhamento para traumas.
Impactos na agricultura e na segurança alimentar
Na região do cinturão médio, conhecida como a “zona de fornecimento de alimentos” do Nigéria, várias famílias cristãs perderam suas casas e terras devido às ações violentas. Elizabeth, moradora de Jos, em Taraba, ressaltou a urgência de esforços internacionais para apoiar agricultores cujas fontes de renda foram destruídas. “Devido ao aumento das ataques, as pessoas não conseguem mais ir às fazendas normalmente. O preço dos alimentos está subindo, e isso afeta toda a sociedade.”
Ela lembrou que os ataques tornaram-se algo rotineiro, e que a população já “se acostumou” à violência. Relatou, por exemplo, o atentado na Igreja Católica São Finbarr, em Jos, em 2012: “Estava na missa quando senti uma vibração no chão. Ouvi a explosão e sabia exatamente o que estava acontecendo. Mesmo assim, seguimos firmes na fé, pensando que encontraríamos força em Deus.”
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Enquanto o país enfrenta múltiplas crises, líderes religiosos e organizações humanitárias trabalham para oferecer esperança, apoio espiritual e assistência às comunidades afetadas.