O Banco Central suspendeu cautelarmente, na noite da última sexta-feira (4), três novas instituições de pagamento do sistema Pix, ampliando o impacto do ataque cibernético contra a C&M Software. As empresas Voluti Gestão Financeira, Brasil Cash e S3 Bank estão sob investigação por suspeita de terem recebido recursos desviados na fraude, que envolveu acesso indevido a contas no Banco Central.
Investigação e medidas preventivas no sistema Pix
As suspensões, que têm validade de até 60 dias, são parte de um esforço do Banco Central para proteger o sistema de pagamentos enquanto as investigações prosseguem. Segundo comunicado oficial, as ações visam evitar novos desvios e assegurar a integridade das operações no sistema de liquidação interbancária, especialmente o Pix.
Detalhes do ataque e desdobramentos
O ataque foi detectado na noite de terça-feira, após invasões na infraestrutura da C&M Software, responsável por intermediar operações do Pix. Parte dos valores desviados, estimados entre R$ 400 milhões e R$ 1 bilhão, foi convertida em criptomoedas e, posteriormente, movimentada por casas de câmbio que suspenderam atividades após identificarem movimentações suspeitas.
A investigação revelou a participação de um funcionário da C&M Software, que confessou ter facilitado o acesso dos criminosos mediante pagamento de R$ 15 mil. No âmbito judicial, a Justiça de São Paulo determinou o bloqueio de R$ 270 milhões da empresa Soffy, uma das suspeitas, que até o momento não se manifestou publicamente.
Repercussão e respostas das instituições envolvidas
O Banco Central reforçou que o ataque não comprometeu o funcionamento do Pix nem expôs dados de clientes finais. Segundo o órgão, a retomada do sistema ocorreu na última quinta-feira (3), sob regime de produção controlada e com monitoramento reforçado. A poucas horas do ocorrido, diversas ações estão em andamento, incluindo acompanhamento da Polícia Federal e Polícia Civil de São Paulo.
A Casa de câmbio de criptomoedas BMP, que reportou uma perda de R$ 541 milhões, relatou que a maior parte dos fundos desviados ainda não foi recuperada, com apenas uma fração restituída pelo mecanismo de devolução do Pix (MED). Ao todo, o caso segue sob investigação por suspeita de ação facilitada por um funcionário da C&M, com o Banco Central enfatizando que os sistemas críticos permanecem operacionais e que não houve vazamento de dados de clientes.
Próximos passos na apuração
Autoridades de várias instituições continuam a apurar o caso, incluindo a Polícia Federal e as forças policiais estaduais, enquanto o Banco Central mantém estratégias de reforço de segurança e monitoramento. A expectativa é de que novas informações sejam divulgadas em breve, à medida que as investigações avançam.