Brasil, 4 de julho de 2025
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Mulher morre de desnutrição após ser mantida em cárcere em Belém

Flávia Cunha Costa, de 42 anos, foi encontrada morta em condições deploráveis após ser mantida em cárcere por pastora e marido.

A história trágica de Flávia Cunha Costa, de 42 anos, chama a atenção para a realidade sombria de abusos e desrespeito aos direitos humanos. A mulher, que residia em Belém, Pará, foi encontrada morta devido a desnutrição grave, resultado de meses de maus-tratos físicos e psicológicos infligidos pela pastora Marleci Ferreira de Araújo e seu marido, Ronnyson dos Santos Alcântara. A situação de Flávia evidencia a crueldade de tais práticas, que, embora chocantes, revelam uma face obscura da convivência humana.

Suspeitos são presos após denúncias

A Polícia Civil do Pará (PCPA) prendeu preventivamente o casal na manhã do dia 4 de julho, após receber denúncias sobre as condições em que Flávia vivia. A mulher era obrigada a realizar trabalhos domésticos e apresentava um estado de saúde visivelmente crítico. Em um primeiro contato, Flávia negou as acusações, afirmando que mantinha uma relação de amizade com o casal e que era vítima de intolerância religiosa por parte de sua família. Contudo, a realidade era outra.

“A mulher, visivelmente debilitada e com aspecto físico extremamente magro, negou os fatos narrados, alegando manter relação de amizade com o casal e ser vítima de intolerância religiosa por parte de sua família”, explicou a delegada Bruna Paolucci, titular da Delegacia Especializada em Atendimento à Mulher (Deam).

Condições alarmantes e descoberta da tragédia

Apesar das negações de Flávia, a PCPA não ignorou os relatos feitos por familiares e testemunhas sobre os maus-tratos. Os agentes realizaram uma inspeção na casa onde a mulher residia e se depararam com condições precárias que sugeriam um ambiente de alienação emocional. Os testemunhos de familiares corroboraram a suspeita de que Flávia havia sido alvo de violência psicológica. A situação se agravou e culminou com a morte da mulher no dia 19 de junho, resultado de desnutrição grave, conforme atestado no laudo médico.

O casal, que levou Flávia ao Pronto-Socorro Municipal (PSM) do Guamá, apresentou-se como “vizinho” da vítima e a deixou no hospital sem qualquer documento de identificação. A atitude levanta suspeitas e questionamentos sobre a intenção do casal ao procurar ajuda médica. Assim que os profissionais de saúde perceberam a gravidade da situação, a polícia foi acionada devido à suspeita de que a morte tivesse relação com maus-tratos.

Consequências legais e sociais

Com a decretação da prisão preventiva de Marleci e Ronnyson, eles foram acusados de homicídio e maus-tratos, e a polícia ressalta que as investigações continuam. A tragédia de Flávia ressoa por toda a sociedade, não apenas pela brutalidade dos atos cometidos contra ela, mas também pela importância de se discutir abertamente o acolhimento a vítimas de violência e as redes de apoio disponíveis para prevenir tais ocorrências.

É urgente que a sociedade se mobilize para garantir a proteção de indivíduos em situação de vulnerabilidade, promovendo a visão de que é responsabilidade coletiva a proteção dos mais frágeis. Casos como o de Flávia trazem à tona a necessidade de melhorar os mecanismos de denúncia e acolhimento, tornando a sociedade um ambiente mais seguro para todos.

Reflexões sobre a violência doméstica

O caso de Flávia é um triste lembrete de que a violência pode se apresentar de muitas formas, e muitas vezes está encoberta por relações pessoais que deveriam ser seguras. A desnutrição e os maus-tratos são apenas um dos muitos aspectos da violência que pode ocorrer em lares considerados “normais” ou seguros. Portanto, discutir publicamente e ouvir as vozes das vítimas é fundamental para que tragédias como esta não se repitam.

A sociedade deve se unificar em um esforço conjunto para erradicar a violência em todas as suas formas e garantir que todos tenham acesso ao respeito, dignidade e segurança que merecem. O que aconteceu com Flávia não deve ser esquecido, mas sim um chamado à ação.

Acompanhar o desdobramento do caso e permanecer consciente das questões de violência e abuso dentro de lares é vital. Que essa história sirva de lição e de alerta para a sociedade como um todo.

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