Brasil, 4 de julho de 2025
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Mulher é presa por aplicar golpes contra idosos no Rio de Janeiro

Golpista se fazia passar por servidora da Receita Federal e movimentou mais de R$ 7 milhões com fraudes.

Nesta quinta-feira (3), a Polícia Civil do Rio de Janeiro prendeu Thaiza Carine da Costa Oliveira, uma mulher de 31 anos, acusada de pertencer a uma quadrilha que aplica golpes contra idosos. As investigações revelam que ela se passava por funcionária da Receita Federal para obter informações pessoais das vítimas e desviar bens valiosos, como joias e obras de arte. O bando é suspeito de ter movimentado mais de R$ 7 milhões em fraudes nos últimos meses, explorando principalmente aposentados e pensionistas na Zona Sul e Norte da capital fluminense.

A dinâmica do golpe

De acordo com a investigação, a quadrilha iniciava a abordagem por meio de uma ligação telefônica. Um dos integrantes se apresentava como servidor da Receita Federal e informava a vítima sobre um suposto erro na declaração do Imposto de Renda, dizendo que bens de alto valor não haviam sido corretamente declarados. Após essa introdução enganosa, o golpista induzia o idoso a revelar detalhes sobre joias, dinheiro em espécie e outros pertences que estivessem em casa.

Em seguida, Thaiza assumia a responsabilidade, visitando a residência da vítima sob a falsa premissa de que estaria ali para resolver a questão pessoalmente. Assim, ela se apresentava como uma servidora pública e exigia a apresentação dos bens não declarados, usando uma abordagem técnica e convincente para intimidar os idosos.

Bens de alto valor desviados

Durante os encontros, Thaiza recolhia não apenas joias e aparelhos eletrônicos, mas também obras de arte significativas. Em uma das fraudes, ela chegou a levar um quadro original do artista brasileiro Di Cavalcanti. Em outra ocasião, o grupo faturou cerca de R$ 50 mil apenas com joias roubadas. As transferências bancárias eram realizadas via Pix, com a golpista alegando que os valores eram necessários para regularizar pendências fiscais.

As evidências coletadas incluem gravações de câmeras de segurança, que capturaram o momento em que Thaiza levou uma idosa de mais de 80 anos para a solução de problemas relacionados ao imposto de renda. Infelizmente, o dinheiro da mulher foi transferido para a conta da quadrilha durante essa visita.

Recuperação de bens e novos desdobramentos

De acordo com a delegada Daniela Terra, da 15ª DP (Gávea), as investigações continuam em busca de outros integrantes da quadrilha, bem como para tentar recuperar os bens desviados das vítimas. “As investigações vão continuar para que possamos identificar todos os demais integrantes dessa associação criminosa e recuperar, de certa forma, os bens que foram furtados”, afirmou Daniela.

A delegada fez um apelo aos idosos sobre os cuidados a serem tomados: “É importante ressaltar que a Receita Federal nunca liga para vocês. Qualquer pendência que tenha que ser declarada ou sanada deve ser feita pelos meios legais adequados, como o contato pelo site da instituição ou em uma agência da Receita.” Este alerta é fundamental, especialmente considerando que a quadrilha estava realizando, em média, dois golpes por semana.

Histórico criminal e previsão de pena

Thaiza Carine já possui um histórico criminal e havia saído da prisão em fevereiro, onde cumpriu pena por roubo. A polícia, com base nas investigações, crê que o grupo tinha uma organização bem estruturada, capaz de aplicar golpes complexos e que garantiam consideráveis lucros em curto espaço de tempo.

A mulher confessou o crime durante o depoimento na delegacia, e a polícia continua a busca por outros membros da quadrilha, que ainda não foram identificados. O caso traz à luz a vulnerabilidade de idosos a fraudes e a importância de se ter cuidado com informações pessoais, especialmente em tempos de crescente digitalização dos serviços financeiros.

A reportagem entra em contato com a defesa de Thaiza Carine para um posicionamento, enquanto as investigações seguem para garantir que a justiça seja feita e que outras vítimas não caiam em armadilhas semelhantes.

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