Brasil, 5 de julho de 2025
BroadCast DO POVO. Serviço de notícias para veículos de comunicação com disponibilzação de conteúdo.
Publicidade
Publicidade

Ministro do STF nega pedido de liberdade a militar acusado de plano de assassinato

O Supremo negou a revogação da prisão de tenente-coronel envolvido em um suposto plano para assassinar o ministro Alexandre de Moraes.

O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, tomou a decisão de rejeitar o pedido de revogação da prisão preventiva do tenente-coronel do Exército, Rodrigo Bezerra de Azevedo. O militar é acusado de ter participado de um plano para assassinar o magistrado. Azevedo, integrante das Forças Especiais do Exército, está sendo investigado por sua suposta participação em uma trama golpista.

O contexto da prisão do tenente-coronel

A defesa de Azevedo argumentou que ele deveria ser libertado com base no fato de que os acontecimentos por trás da prisão teriam ocorrido em 2022 e que não haveria provas que indicassem sua periculosidade. No entanto, Moraes, ao negar o recurso, enfatizou a importância de preservar a ordem pública e da instrução processual penal, afirmando que não havia fatos que justificassem a liberação do acusado.

Em um depoimento prestado à Polícia Federal em novembro, o tenente-coronel negou ter participações diretas nas ações golpistas. O nome de Azevedo foi vinculado ao caso após a polícia descobrir que ele havia inserido um chip de telefone em um celular utilizado no plano para assassinar Moraes, somente após a data da trama, em 29 de dezembro. Isso chamou a atenção, pois levantou questões sobre a veracidade de seus testemunhos e suas alegações de inocência.

Detalhes da investigação da Polícia Federal

Azevedo alegou que o celular em questão foi encontrado em um lote de aparelhos antigos, usados em operações do Comando de Operações Especiais do Exército, conhecido por envolver os “kids pretos”. Ele sustentou que não tinha conhecimento de que o celular era parte de uma ação tão grave e que tinha a intenção de utilizá-lo apenas para fins de trabalho.

Durante o depoimento, o tenente-coronel afirmou que não lembrava se ele mesmo inseriu o chip utilizado na ação ou se ele já estava presente. O delegado da PF, Fábio Shor, não perdeu a oportunidade de ressaltar que a situação se tornou ainda mais grave, uma vez que Azevedo confirmou que o celular pertencia ao Batalhão de Ações de Comandos, um grupo conhecido por suas táticas especiais.

Mensagens que levantam suspeitas

A investigação também revelou que Azevedo era parte de um grupo no WhatsApp intitulado “Dosssss!!!”, administrado por Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro. Uma mensagem enviada pelo tenente-coronel em 30 de dezembro de 2022 causou desconforto. Nela, ele expressava descontentamento com a falta de ação das Forças Armadas, afirmando que o grupo havia “perdido a finalidade”.

“Rapaziada, esse grupo aqui pra mim perdeu a finalidade… deixo aqui um abraço pra FE de verdade que fizeram o que podiam pra honrar o próprio nome e as Forças Especiais”, dizia a mensagem, levando a PF a incluir essa comunicação em seu relatório final, onde foram identificadas técnicas utilizadas por militares especializados na tentativa de perpetrar um golpe.

Desabafo ou plano criminoso?

Questionado pelo delegado sobre o teor da mensagem, Azevedo descreveu como um desabafo em relação a questões internas e à percepções de descontentamento com o efetivo reduzido. Ele descreveu a situação como um momento de frustração, sem intenção de fomentar um movimento subversivo.

“Estávamos perdendo gente, não estávamos recebendo ninguém. Foi uma questão também de material, sucateados. Fui apenas desabafar em relação aos nossos chefes”, explicou Azevedo. Essa defesa, no entanto, não foi suficiente para convencer o ministro do STF a liberar o tenente-coronel, que continua sob custódia enquanto as investigações prosseguem.

O caso levanta questões não apenas sobre a segurança do ministro Alexandre de Moraes, mas também sobre a situação dentro das Forças Armadas, que enfrenta uma crise de confiança e estrutura, enquanto policiais tentam desarticular grupos que operam fora da lei.

PUBLICIDADE

Institucional

Anunciantes