A ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro tomou a decisão de restringir os contatos de aliados do marido, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), indefinidamente. A medida ocorre enquanto ele se recupera de uma esofagite resultante do uso prolongado de uma sonda pós-operatória. Esta situação gerou um novo ciclo de discussões sobre o estado de saúde do ex-mandatário e suas implicações políticas.
Motivos para as restrições
Jair Bolsonaro cancelou todas as suas agendas para o mês após relatar um novo mal-estar na última terça-feira. De acordo com informações, ele recebeu um ultimato médico para garantir que se resguardasse diante da nova complicação. Assim como ocorreu em outras situações de internação, Michelle emitiu instruções ao líder do PL na Câmara, Sóstenes Cavalcante (RJ), solicitando que os parlamentares evitassem qualquer contato durante o período de recuperação do ex-presidente.
A decisão de Michelle Bolsonaro
Michelle foi clara em sua comunicação ao pedir que eventos e convites fossem cancelados, uma vez que Jair Bolsonaro é conhecido por relutar em seguir as restrições recomendadas pelos médicos. “Falei com a Michelle, que me solicitou que pedisse à bancada para evitar contatos, convites para eventos, já que o presidente é resistente às restrições do tratamento”, relatou Sóstenes. Esta não é a primeira vez que a ex-primeira-dama adota uma postura de controle em relação aos contatos do ex-presidente, mostrando um padrão em sua abordagem em momentos críticos de saúde.
Tratamento e cuidados
Michelle tem sido essencial na condução da saúde de Jair Bolsonaro desde o início de sua recuperação. Em uma ocasião anterior, a escolha do local para o tratamento foi influenciada por sua vontade de afastar o ex-presidente do antigo médico dele, Antonio Luiz Macedo, optando por um hospital em Brasília. Isso causou desconforto entre aliados que acreditavam que a decisão poderia impactar o acesso do ex-presidente a figuras políticas importantes.
Nos primeiros dias de internação, Michelle limitou severamente os contatos de Jair, autorizando apenas pessoas muito próximas a ele, como familiares ou aliados de confiança. Os contatos com políticos e líderes, por exemplo, foram mediadas rigorosamente, o que levou nomes importantes a se contentarem em apenas conversar com os médicos.
Consequências políticas
O novo episódio de crise de saúde gerou preocupações dentro da cúpula do PL. Além do receio natural pelo bem-estar do ex-presidente, existe um temor de que a saúde debilitada de Bolsonaro possa transmitir uma imagem de fragilidade, colocando em risco sua posição como líder da legenda. Ele permanece na corrida pela presidência em 2026, apesar de suas atuais limitações, e a recomendação entre os líderes do partido é evitar usá-lo em eventos até que uma liberação médica seja obtida.
Impacto nas agendas e futuros compromissos
Com a saúde em declínio novamente, Jair Bolsonaro teve que cancelar compromissos programados em Santa Catarina e Rondônia, decisões que foram comunicadas ontem aos seus aliados políticos. Esse afastamento ocorre após ele ter voltado a se engajar publicamente, mesmo que por um curto período, após tratamento de pneumonia infecciosa com antibióticos.
Apesar das recomendações médicas que exigiam repouso e restrição de atividades, o ex-presidente havia demonstrado disposição em comparecer a eventos públicos, levando seus colaboradores a alertá-lo sobre a necessidade de um tratamento mais rigoroso. Recentemente, ele havia se mostrado bem por meio de mensagens a amigos e aliados, afirmando que não estava enfrentando novas crises. Contudo, o cenário atual continua a gerar incertezas sobre sua capacidade de se manter ativo na política brasileira.
A situação de saúde de Jair Bolsonaro segue em monitoramento, e suas movimentações são objeto de atenção tanto do público quanto dos aliados, em um momento em que a política brasileira enfrenta desafios e mudanças constantes.