O caso do médico Luiz Antonio Garnica, acusado de envenenar sua esposa, a professora de pilates Larissa Rodrigues, em Ribeirão Preto (SP), ganhou contornos chocantes nas últimas semanas. A investigação revelou que Garnica, em um ato que demonstra uma frieza perturbadora, apresentou sua amante à sua mãe, Elizabete Arrabaça, apenas um mês após o assassinato de Larissa. O Ministério Público apontou que a obcessão de Luiz por essa relação extraconjugal e a suposta “eliminação” da esposa estavam no cerne de suas ações.
A descoberta da traição e o plano macabro
Larissa Rodrigues morreu no dia 22 de março deste ano, sob a ilusão de que estava sendo cuidada pelo marido e pela sogra. Segundo o Ministério Público, ela tinha recentemente descoberto a traição de Garnica e, na véspera de sua morte, enviou uma mensagem ao médico, afirmando que buscaria um advogado para iniciar o processo de separação.
As investigações evidenciam que Garnica, que enfrentava problemas financeiros, não aceitava a ideia de divórcio e o consequente compartilhamento de bens. Isso o levou a planejar o assassinato da esposa através de envenenamento progressivo, utilizando doses de chumbinho, uma substância extremamente tóxica.
O papel da mãe e as evidências do crime
As autoridades afirmam que Elizabete Arrabaça também teve um papel fundamental no envenenamento da professora. Durante uma visita ao apartamento do casal, Elizabete teria administrado a dose letal, complementando o envenenamento gradual que começou dias antes. A intenção de mãe e filho era deixar a impressão de que Larissa sofria de intoxicação crônica, o que encobriria o feminicídio.
O promotor do caso, Marcus Túlio Nicolino, destacou a rapidez com que Garnica buscou apresentar sua amante após a morte. Apenas dias depois do crime, ele começou a reunir documentos e movimentar as contas bancárias da esposa, demonstrando uma preocupante preocupação com o patrimônio e a situação financeira.
Movimentações suspeitas e comportamentos frios
Poucos dias após a morte de Larissa, Luiz Garnica acessou as contas bancárias da esposa, quitando dívidas e realizando transações financeiras que levantaram suspeitas. Pesquisas sobre “seguros e operações imobiliárias”, bem como movimentações em suas contas, foram registrados, revelando uma preocupação nada convencional com os bens da vítima.
A promotoria acredita que o médico planejava assegurar todos os direitos sobre o patrimônio do casal, agindo rapidamente para evitar qualquer complicação legal que poderia surgir da separação.
O desenrolar do processo
A Justiça aceitou a denúncia do Ministério Público por feminicídio qualificado, incluindo motivos torpes e ações que impossibilitaram a defesa da professora Larissa. A prisão temporária de Garnica e sua mãe foi convertida em preventiva, com a quebra de sigilos bancários em andamento para investigar mais a fundo as transações que ocorreram após a morte.
Desde a aceitação da denúncia, o caso tem gerado intenso clamor social, especialmente considerando a brutalidade com que a situação foi tratada. A violência contra a mulher, infelizmente, continua a ser uma preocupação recorrente no Brasil, e processos como esses revelam a necessidade de diálogo e prevenção.
Considerações finais
A tragédia do assassinato de Larissa Rodrigues nos lembra da importância de se combater a violência contra a mulher e promover um ambiente onde todos possam se sentir seguros em suas relações. A investigação ainda está em andamento, mas serve de alerta sobre o que muitas mulheres enfrentam em silêncio. O feminicídio é um crime que deve ser tratado com rigor pela sociedade e pela nossa Justiça, para que tragédias como essa não se repitam.
Com o desfecho do caso e a evolução das investigações, espera-se que a Justiça tome as devidas providências e que o caso de Larissa Rodrigues não seja esquecido, mas sim uma motivação para a mudança e conscientização.