O Google, da Alphabet, estuda implementar uma nova formatação nos resultados de busca na União Europeia, colocando plataformas de compras e viagens no topo da página. A medida visa cumprir a Lei de Mercados Digitais (DMA) da UE e evitar multas por práticas anticompetitivas.
Reformas nos resultados de pesquisa e objetivos da UE
Segundo fontes familiarizadas com o assunto, uma caixa no topo do Google exibirá opções classificadas de sites de comparação de preços, como Expedia e Booking. Os usuários poderão clicar para acessar esses sites ou páginas específicas de hotéis e companhias aéreas, com o site mais relevante destacado em primeiro lugar.
Um menu suspenso incluirá links para os demais serviços, incluindo os próprios recursos de comparação do Google. Em uma variação, o mecanismo apresentaria uma lista básica de links diretamente abaixo da caixa principal, facilitando o acesso aos concorrentes.
Contexto regulatório e ações anteriores
A União Europeia advertiu o Google em março passado, apontando riscos de multas por favoritismo aos seus próprios serviços, como o Google Flights, sob a DMA, que entrou em vigor no ano passado. Essa regulamentação proíbe plataformas de priorizarem seus próprios produtos e o uso de dados pessoais cruzados entre serviços, com penalidades que podem chegar a 10% do faturamento global anual, ou 20% em reincidência.
Recentemente, o Google já tentou amenizar a pressão regulatória oferecendo maior transparência nos resultados de busca na UE, incluindo mais links de sites de comparação. A proposta de destacar serviços concorrentes representa uma tentativa de alinhar-se às exigências da legislação.
Outras ações regulatórias e impactos internacionais
Empresas como Apple e Meta também foram multadas pela DMA por práticas práticas consideradas abusivas. A Apple, por exemplo, foi multada em €500 milhões por restringir a concorrência na sua App Store, enquanto a Meta recebeu uma penalidade de 200 milhões de euros por conteúdo sem anúncios sem consentimento, segundo informações oficiais.
As tensões entre a UE e os EUA aumentaram devido às medidas de regulação, que têm sido criticadas pelo governo norte-americano, incluindo o Conselho de Segurança Nacional, que considerou as multas uma “nova forma de extorsão econômica”.
Próximos passos e possíveis consequências
O Google deve apresentar formalmente a proposta nos próximos dias, buscando compatibilizar seus resultados às exigências da legislação europeia. A expectativa é que essas mudanças ajudem a evitar multas que podem alcançar 10% a 20% do faturamento, além de minimizar conflitos diplomáticos com os Estados Unidos.
O movimento do Google faz parte de uma tendência mais ampla de fiscalização das grandes plataformas tecnológicas, que buscam se adaptar às novas regras internacionais de competição digital e proteção de dados.
Fonte: O Globo