Brasil, 4 de julho de 2025
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Fundadores dos EUA e a separação entre igreja e estado, diz especialista

Edward Furton explica como a distinção entre fé e razão moldou a liberdade religiosa na história americana

Antes da celebração do Dia da Independência, Edward Furton, diretor de publicações do Centro Nacional de Bioética Católica, falou sobre a origem do conceito de liberdade religiosa nos Estados Unidos em palestra na capital do país. Ele destacou a visão dos fundadores de uma república aberta a todas as religiões, sem obrigar a profissão de fé específica.

A separação entre fé e razão na fundação americana

Na apresentação intitulada “Religião Natural e a Fundação Americana” no Centro de Informação Católica, Furton citou o livro de James J. Walsh, “Scholasticism in the Colonial Colleges”, para explicar a distinção entre os caminhos da verdade religiosa: fé e razão.

O especialista, phD em filosofia pela Universidade Católica de Washington, ressaltou que a separação entre as verdades da fé e as da raciocínio era fundamental para evitar divisões profundas, principalmente nas colônias.

A importância da religião natural para a unidade nacional

Furton explicou que as universidades coloniais promoviam a “religião natural”, uma visão de que certos princípios teológicos e morais podem ser compreendidos independentemente de revelação sobrenatural. Assim, cada fundador acrescentava sua fé ao conhecimento adquirido na faculdade sem contradições pessoais.

“A fé é acrescentada à razão como a graça é acrescentada à natureza”, afirmou Furton. Essa distinção, na sua visão, é fundamental para entender o papel adequado da religião na vida pública americana, que deve se limitar à razão.

Ele explicou que a religião sobrenatural, ou seja, a baseada na fé, inclui proposições que transcendem o entendimento racional, como os mistérios da Trindade. Em contrapartida, a religião natural parte do mundo percebido pelos sentidos e busca compreender a natureza de forma independente da fé.

A liberdade religiosa segundo os fundadores

De acordo com Furton, os idealizadores da república americana queriam uma sociedade onde todos pudessem professar suas crenças em particular, mas sem obrigar a adesão a nenhuma doutrina específica perante o governo. A Declaração de Independência é vista por ele como um marco dessa lógica, demonstrando que a verdade religiosa pode ser conhecida pela razão.

“A separação entre igreja e estado, hoje, deve respeitar esses limites: temas que transcendam a razão devem ser privados, enquanto os que estão dentro dela podem permanecer na esfera pública”, afirmou Furton. Ele concluiu dizendo que a compreensão adequada dessa distinção é essencial para uma relação harmoniosa entre religião e política na América moderna.

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