No dia 1º de novembro, enquanto desfrutava de um raro momento de descanso em família, o Dr. Marwan Sultan se tornou uma dolorosa estatística ao ser morto por fogo israelense em Gaza. Ele era o 70º trabalhador da saúde a perder a vida em um período de 50 dias, segundo um grupo de monitoramento palestino. O trágico incidente ocorreu às 14h15 e abalou profundamente a comunidade médica local e sua família.
A tragédia na família Sultan
Após o ocorrido, uma equipe de reportagem da NBC News esteve presente no Hospital Al-Shifa, em Gaza, onde familiares e colegas se reuniram ao redor do corpo do Dr. Sultan. Ele foi abatido junto com sua esposa, filha, genro e irmã. A cena era de intensa dor, com os presentes expressando seu luto de maneira visceral.
No necrotério do hospital, trabalhadores da saúde limpavam o rosto do Dr. Sultan, que estava coberto por um lençol sujo enquanto parentes e amigos se despediam dele. As lamentações ecoavam pela sala, ressaltando a perda devastadora que todos sentiam.

Um legado de compaixão e dedicação
O filho sobrevivente, Ahmad, de 17 anos, relembrou seu pai como um médico dedicado e uma pessoa comum que sempre se preocupou com seus pacientes. Ahmad estava abrigado em um apartamento em Gaza com cinco outras famílias deslocadas quando o bombardeio israelense ocorreu. A cena era desoladora, e ele não pôde conter as lágrimas em meio ao desespero da situação.
O Dr. Sultan era diretor do Hospital Indonésio, uma das maiores instituições médicas do norte de Gaza, onde tratava doentes e feridos desde o início do conflito na região em outubro de 2023. Sua perda foi sentida profundamente na comunidade médica; Dr. Munir Bursh, diretor geral do Ministério da Saúde, descreveu Sultan como um “médico raro”, de grande expertise e ainda mais compaixão.
O aumento da violência contra trabalhadores da saúde
De acordo com a organização Healthcare Workers Watch, que monitora e verifica ataques a trabalhadores da saúde palestinos, Sultan foi a 70ª vítima desses ataques aéreos israelenses nos últimos 50 dias. Este número alarmante reflete uma grave crise humanitária que assola a região, levantando questões sobre a segurança dos profissionais de saúde e a proteção de civis em zonas de conflito.
A brutalidade do conflito em Gaza tem se intensificado cada vez mais, e os profissionais de saúde, como o Dr. Sultan, estão na linha de frente, arriscando suas vidas para salvar outras. A memória dele e de todos os que perderam a vida será fundamental para lembrar da luta incessante pela paz e pela dignidade humana.
A tragédia da família Sultan e o crescente número de trabalhadores da saúde mortos em Gaza exigem uma reflexão urgente sobre a necessidade de proteção efetiva para aqueles que dedicam suas vidas ao cuidado dos others, mesmo em condições extremas.
A violência contra civis e trabalhadores da saúde não pode continuar sem resposta. A comunidade internacional deve se mobilizar para garantir que tais tragédias não se repitam e que a assistência humanitária em zonas de conflito seja priorizada.