A recente tragédia envolvendo o atacante português Diogo Jota, que faleceu aos 28 anos em um acidente de trânsito na Espanha, provocou uma quebra notável em uma tradição centenária do torneio de Wimbledon. Em um gesto de respeito e homenagem, a organização do Grand Slam decidiu flexibilizar sua rigorosa regra que limita o uso de roupas brancas por parte dos tenistas, permitindo que Francisco Cabral usasse uma fita preta na manga de seu uniforme, um símbolo de luto. Esta foi a primeira vez em 148 anos que um atleta utilizou um símbolo de pesar no All England Club.
O impacto da tragédia no mundo esportivo
Francisco Cabral, atualmente na 40ª posição do ranking masculino de tênis, não conhecia Diogo Jota pessoalmente, mas sentiu a necessidade de prestar homenagem ao compatriota. Na véspera da partida, a organização de Wimbledon autorizou o uso de braçadeiras e outros símbolos de luto pelos jogadores. Apesar de sua homenagem tocante, Cabral foi derrotado ao lado de Lucas Miedler na segunda rodada, perdendo para os tchecos Petr Nouza e Patrik Rikl com parciais de 6-3 e 7-6(9).
A morte de Diogo Jota abalou profundamente o mundo do futebol. Reconhecido por sua personalidade carismática e desempenho em campo, Jota também era admirado por sua dedicação às causas sociais, especialmente no apoio ao futebol feminino. A entidade Her Sport, que promove as modalidades femininas e luta pela valorização das atletas, destacou a importância do jogador em suas campanhas, ressaltando que ele sempre fazia questão de se fazer presente em eventos que apoiavam a igualdade no esporte.
Diogo Jota: um defensor do futebol feminino
A Her Sport expressou sua tristeza pela perda de Diogo e seu irmão, André Silva, que também estava no carro e infelizmente faleceu no acidente. Segundo informações preliminares, os dois perderam o controle do veículo após um pneu estourar durante uma ultrapassagem. A entidade ressaltou que Jota era um verdadeiro defensor da igualdade de gênero no esporte, sempre disposto a ajudar em iniciativas que empoderavam as mulheres. “No Liverpool FC, sempre que havia uma campanha sobre mulheres ou sobre a manutenção das meninas no esporte, Diogo Jota aparecia. Não porque precisava, mas porque entendia por que isso importava”, afirma a organização.
No último ano, o jogador participou de um evento em homenagem ao Dia Internacional da Mulher, onde falou sobre as mulheres que o inspiraram em sua vida, incluindo sua esposa Rute e personalidades como Marta e Serena Williams. O apoio de Jota ao futebol feminino era bem conhecido, e sua ausência deixa uma grande lacuna não apenas em sua equipe, mas em todo o esporte.
Uma vida interrompida tragicamente
Diogo Jota casou-se recentemente com Rute Cardoso, com quem tinha uma relação de longa data, e teve três filhos pequenos. Apenas 11 dias antes de sua morte, o casal fez uma celebração do casamento, capturando momentos de felicidade em família. A repentina perda de Jota e seu irmão deixou amigos, familiares e fãs em choque e tristeza.
Diogo Jota, que vivia uma temporada promissora no Liverpool e desfrutava de momentos felizes ao lado de sua família, teve sua vida interrompida tragicamente na madrugada de quinta-feira, conforme relatado inicialmente pelo jornal espanhol Marca. Ele e seu irmão estavam viajando para a Inglaterra para iniciar a preparação para a nova temporada.
As circunstâncias do acidente são trágicas: de acordo com informações, o veículo em que estavam saíram da pista na rodovia A-52, na região de Sanabria, resultando em um incêndio que levou à morte dos dois jogadores. A perda de Diogo Jota é não apenas uma grande tristeza para sua família, mas também um lembrete da fragilidade da vida e do impacto que as figuras públicas podem ter tanto dentro quanto fora do esporte.
A Her Sport finalizou sua homenagem relembrando que todos têm o dever de lutar pela igualdade e equidade. “Ele entendeu isso e agiu. Uma perda devastadora para sua família, seus companheiros de equipe e todos que viram a força de seu caráter além do jogo. Descansem em paz, Diogo e André”, concluiu.