Goiânia – O deputado estadual Coronel Adailton, do partido Solidariedade (SD), apresentou na quinta-feira, 3 de julho, um projeto de lei que busca reconhecer o movimento Legendários como um patrimônio religioso, cultural e imaterial do estado de Goiás. Este grupo, que tem ganhado notoriedade, é conhecido por suas práticas polêmicas e envolve figuras públicas que também têm chamando a atenção da mídia.
Projeto de lei na Assembleia Legislativa
O projeto foi oficialmente apresentado durante uma sessão ordinária na Assembleia Legislativa do Estado de Goiás (Alego) e agora aguarda a apreciação dos parlamentares. Caso aprovado, o movimento poderá integrar o calendário oficial do estado, potencializando assim a visibilidade e o legado cultural que representa para a população goiana.
A aprovação da proposta é vista como um marco para os adeptos do movimento, que propõe a transformação pessoal através de experiências religiosas e comunitárias. O grupo tem se destacado, especialmente entre os jovens e adultos, por suas atividades focadas no autoconhecimento e na superação de limites.
O que são os Legendários?
De acordo com as informações disponíveis no site oficial do movimento, os Legendários buscam promover a transformação de homens, famílias e comunidades através de vivências que incentivam as pessoas a descobrirem a melhor versão de si mesmas e seu potencial inexplorado. O movimento foi fundado em julho de 2015, na Guatemala, pelo pastor José “Chepe” Putzu, e chegou ao Brasil em 2017.
Atividades do grupo
- O movimento promove atividades que são denominadas “Track Outdoor de Potencial” (TOP), com valores de participação que podem variar entre R$ 450 e R$ 81 mil, dependendo do local e da estrutura oferecida.
- Esses eventos normalmente duram de três a quatro dias e envolvem desafios físicos, trilhas, acampamentos e “processos espirituais transformadores”.
A representação política do movimento na Alego vem crescendo, com apoio de outros deputados. Recentemente, o deputado Paulo Cézar Martins (PL) discursou usando o uniforme do grupo, cimentando ainda mais a presença política dos Legendários no estado. Há um mês, ele sugeriu a concessão de títulos de cidadão goiano para Chepe Putzu e para o diretor do grupo em Goiás, Nelson Ruela de Lima.
Tragédias e desafios enfrentados pelo movimento
No último sábado, 28 de junho, o movimento enfrentou um momento trágico. Um homem de 40 anos, identificado como Rodrigo Nunes de Oliveira, faleceu após sofrer uma convulsão durante uma atividade do grupo em Rondonópolis, a 218 quilômetros de Cuiabá, no Mato Grosso. Rodrigo, que era técnico de segurança do trabalho, participava do evento TOP quando passou mal, gerando preocupações em relação à segurança das práticas promovidas pelo movimento.
O futuro dos Legendários em Goiás
Com a introdução desse projeto de lei, o futuro dos Legendários em Goiás pode mudar significativamente. O movimento não apenas ganhará um status oficial como patrimônio goiano, mas também poderá receber maior apoio institucional e participação em eventos culturais do estado. Muitos cidadãos já demonstram interesse pelo trabalho realizado pelo movimento, mas também levantam questões sobre a responsabilidade e a segurança nas atividades promovidas.
À medida que o projeto segue para apreciação na Assembleia Legislativa, a crescente presença dos Legendários na política e na sociedade goiana continua a ser uma referência em debates sobre religião, cultura e a proposta de valorização de tradições locais. A comunidade aguarda ansiosamente a resposta dos parlamentares sobre o futuro deste movimento que, apesar das controvérsias, tem se mostrado um importante agente transformador para muitos goianos.