O debate sobre a continuidade da ajuda militar dos Estados Unidos à Ucrânia ganhou novos contornos após declarações do deputado Adam Smith, membro destacado do Comitê de Serviços Armados da Câmara. Smith desafiou as afirmações do Pentágono que indicavam a suspensão dos envios de armamentos e munições devido a preocupações quanto à diminuição dos estoques americanos.
Declarações do deputado Adam Smith
Durante uma entrevista ao NBC News, o deputado afirmou que os Estados Unidos não enfrentam uma escassez alarmante de armamentos. Segundo Smith, as cifras dos estoques em análise por sua equipe demonstram que a situação atual não justifica a suspensão da ajuda à Ucrânia, que luta contra a invasão russa. “Não estamos em um ponto mais baixo, em termos de estoques, do que estivemos nos últimos três anos e meio do conflito na Ucrânia”, destacou.

Repercussões da decisão do Pentágono
A Politico reportou inicialmente que a interrupção dos envios de armas estava sendo liderada por Elbridge Colby, indicado por Donald Trump para o cargo de subsecretário de defesa para políticas. Colby é defensor de uma diminuição do compromisso dos EUA com a Ucrânia, argumentando que o foco da segurança nacional americana deve se direcionar para a China e a região do Indo-Pacífico.
No entanto, a pausa nos envios foi descrita como um “passo unilateral” tomado por Pete Hegseth, com Colby apoiando a decisão, conforme relatado pelo NBC News, que cita fontes não identificadas. Essa é a terceira vez que Hegseth tenta interromper a ajuda militar à Ucrânia, com ações semelhantes ocorrendo em fevereiro e maio e que foram revertidas dias depois.
Resultados da revisão dos estoques
Hegseth anunciou sua decisão após enviar um memorando solicitando à Junta de Estado-Maior do Pentágono uma revisão dos estoques de munições dos EUA. Segundo fontes, a revisão revelou que, embora alguns munitions de alta precisão estejam escassos, seus níveis não caíram abaixo de mínimos críticos.

Posicionamentos oficiais e reações
O porta-voz do Pentágono, Sean Parnell, abordou a revisão durante uma coletiva de imprensa, afirmando que a avaliação dos estoques é contínua e que o departamento está sempre revendo para onde os armamentos estão sendo enviados. “Não podemos fornecer armas a todos ao redor do mundo. Precisamos cuidar da América e da defesa de nossa pátria e de nossas tropas em todo o mundo”, destacou Parnell.
Em um contraste direto, o ex-presidente Trump comentou que o governo Biden havia dado “tantas armas” e que era necessário garantir que os Estados Unidos mantivessem um estoque adequado para si mesmos.
Na noite de quinta-feira, Moscovo lançou a maior barragem de mísseis e drones contra Kiev desde o início da invasão russa, um ataque que ocorreu poucas horas após Trump relatar uma conversa infrutífera com Putin sobre o fim do conflito.
Trump afirmou não ter feito nenhum progresso durante a conversa, evidenciando as dificuldades persistentes nas negociações quanto ao futuro da Ucrânia.
Após a atualização da informação, o Departamento de Defesa se absteve de fazer mais comentários à imprensa.
O debate sobre a ajuda militar dos EUA à Ucrânia está longe de ser resolvido, com diferentes vozes políticas expressando preocupações sobre a segurança interna e a colaboração internacional em tempos de crise.