No dia seguinte à sua inauguração, o recém-criado centro de detenção de imigrantes, denominado “Alligator Alcatraz”, localizado na Flórida, já enfrenta problemas de infraestrutura. Construído em menos de uma semana, o local apresenta vazamentos e condições precárias que geraram fortes críticas e questionamentos sobre a sua eficiência e segurança.
Construção rápida e condições precárias no “Alligator Alcatraz”
O centro foi inaugurado em uma operação rápida, realizada em menos de oito dias, sob a administração do governador Ron DeSantis, que utilizou uma ordem de emergência para tomar posse da área do Aeroporto de Dade-Collier. Segundo informações, a construção foi financiada por fundos do programa de emergência do FEMA, criado pelo Congresso para apoiar cidades que acolhem migrantes e solicitantes de asilo.
Entretanto, um vídeo divulgado pela congressista democrata Anna Eskamani mostrou como as condições parecem inadequadas. Durante uma tempestade de verão, a estrutura começou a apresentar infiltrações de água, com o líquido escorrendo por baixo das tendas próximas aos fios elétricos, além de acumular poças na entrada do centro. “A chuva forte revela a negligência e a má gestão na construção”, afirmou Eskamani nas redes sociais.
Impacto do clima e advertências sobre vulnerabilidade
O clima da região, caracterizado por cerca de 60 polegadas de chuva anuais, foi apontado como um fator agravante para os problemas de infraestrutura. O diretor de emergência Kevin Guthrie afirmou que o local, construído às pressas, poderia resistir a ventos de até 110 mph, o que é insuficiente diante da frequência de furacões na área, considerada uma das mais ativas dos Estados Unidos, conforme o Serviço Nacional de Parques.
Após a tempestade, representantes do Departamento de Gestão de Emergências informaram que as falhas na estrutura foram reparadas na madrugada seguinte, com a vedação de pontos de entrada de água, minimizando os riscos de novos danos. Mesmo assim, as condições geraram críticas de opositores, que questionam a qualidade da obra e o pouco zelo na construção do centro.
Reações e críticas nas redes sociais
A divulgação das imagens e relatos acelerou as críticas à gestão do centro e às políticas migratórias do governo. Comentários reforçam a visão de que as instalações foram feitas de forma superficial e que o governo prioriza a rapidez em detrimento da segurança e do bem-estar dos detidos. “Construíram algo às pressas, e agora pagam o preço”, comentou um usuário no Twitter (Twitter).
Especialistas também questionam a adequação do centro às condições ambientais extremas da região, destacando que, diante de furacões e tempestades frequentes, instalações assim podem representar um sério risco à integridade física dos migrantes e funcionários.
Perspectivas futuras e desafios
Autoridades afirmam que as reformas e monitoramentos continuarão, mas a repercussão negativa instantânea reforça as preocupações sobre a eficiência de construções rápidas em áreas de alto risco climático. A expectativa é que, caso novas tempestades ocorram, a vulnerabilidade do centro possa se tornar ainda mais evidente, alimentando o debates sobre a política de imigração e a gestão de instalações de detenção nos Estados Unidos.