O novo centro de detenção de imigração em Florida, apelidado de “Alligator Alcatraz”, abriu suas portas na última terça-feira e, após apenas um dia de operação, já apresenta sinais de deterioração. Críticos apontam que a construção rápida e de última hora resultou em condições precárias, levantando questionamentos sobre as políticas migratórias do governo Trump.
Construção acelerada e condições precárias no “Alligator Alcatraz”
Localizado nas Florida Everglades, o espaço foi criado sob uma ordem de emergência do governador Ron DeSantis, que utilizou poderes especiais para tomar posse do aeroporto Dade-Collier. Segundo relatos, o centro foi construído em menos de oito dias com fundos provenientes do programa de emergência do FEMA, destinado a abrigar migrantes e asilados. No entanto, uma chuva de verão revelou as falhas da estrutura.
Anna Eskamani, deputada democrata representando a Flórida, divulgou um vídeo no TikTok mostrando gotas de água filtrando sob uma tenda instalada no local, com água acumulada no chão próximo a cabos elétricos. As imagens geraram críticas nas redes sociais, questionando a qualidade da construção.
Reação pública e críticas às condições do centro
Comentários na internet não pouparam ataques ao projeto. “Deixem o clima e a incompetência fazerem o trabalho antes de alguém ser enviado lá”, comentou um usuário no Twitter. Outra pessoa afirmou: “Imagine construir algo em um pântano e achar que não irá alagar”.
O relato também aponta que a região recebe cerca de 60 polegadas de chuva por ano, e que o espaço foi considerado resistente a ventos de até 110 mph — menos do que os furacões que costumam passar pela área, conforme alertou o Departamento de Gestão de Emergências da Flórida.
Resposta oficial e futuro incerto para o centro de detenção
Após as críticas, responsáveis pelo governo afirmaram que os problemas de infiltração foram resolvidos na madrugada seguinte ao temporário alagamento, com equipes reforçando as estruturas. “Durante a noite, os fornecedores reforçaram as juntas no fundo das estruturas, minimizando a entrada de água”, declarou Stephanie Hartman, coordenadora do Departamento de Gestão de Emergências, ao Tampa Bay Times.
No entanto, especialistas e ativistas continuam céticos. O lugar, considerado “semi-hurricane-proof”, foi criticado por sua instalação apressada e pela escolha de um local vulnerável às intempéries — uma manobra que, segundo opositores, reforça a acusação de negligência nas políticas de detenção e de direitos humanos.
Este episódio levanta questões sobre a capacidade do governo de implementar políticas eficazes em uma região propensa a desastres naturais, além de evidenciar a crítica principal: ações rápidas muitas vezes resultam em obras de baixa qualidade, refletindo uma gestão que prioriza a aparência do que realmente importa.
Para saber mais sobre as políticas de imigração e os efeitos dessas instalações, acesse a matéria sobre as ações do governo na política migratória em Agência AP e outras reportagens relacionadas.