Nesta quinta-feira (4), a Bolsa de Valores fechou em alta de 1,35%, atingindo 140.928 pontos, enquanto o dólar recuou 0,29%, cotado a R$ 5,4049. No entanto, nesta manhã, o cenário mostrou leve recuo, com o Ibovespa operando em baixa de 0,16% e a moeda americana em alta de 0,13%, cotada a R$ 5,4125, às 10h.
Aprovação do pacote de Trump impulsiona o mercado brasileiro
Na véspera, a Bolsa atingiu novo recorde após a aprovação pelo Congresso dos Estados Unidos do denominado “megapacote de Trump”, uma ampla medida que prevê cortes de impostos, aumento de gastos públicos e fortalecimento de programas de controle da imigração. O avanço na aprovação do projeto foi visto como um sinal de estabilidade, mas também gerou atenção às possíveis consequências fiscais.
O pacote, chamado de “One Big Beautiful Bill” (um grande e belo projeto), estima-se que aumentará a dívida pública dos EUA em US$ 3,3 trilhões (cerca de R$ 18 trilhões) na próxima década. Este fator preocupa investidores internacionais, que avaliam o impacto sobre a economia global.
Impactos no mercado internacional e local
Medidas fiscais e finanças públicas nos EUA
O texto aprovado pelo Congresso prevê reduções tributárias significativas, aumento de gastos na área militar e cortes em programas sociais, especialmente na saúde. Além disso, há o fim do período de suspensão do tariffamento sobre importações, o que pode elevar custos ao consumidor e pressionar a inflação.
O presidente Donald Trump afirmou que começará a enviar cartas a países parceiros nesta sexta-feira (4), especificando as tarifas que cada nação deverá pagar sobre exportações aos EUA, entre 20% e 30%. A medida ameaça retroceder avanços nas negociações comerciais e reacender disputas tarifárias que podem impactar a economia global.
Economia americana em movimento
Os dados divulgados nesta semana mostram uma economia ainda firme, com a criação de 147 mil empregos em junho, embora o ritmo de crescimento esteja desacelerando. A taxa de desemprego caiu para 4,1%, o menor nível desde o início do ano, indicando mercado de trabalho relativamente estável.
Por outro lado, o déficit comercial dos EUA cresceu 18,7% em maio, atingindo US$ 71,5 bilhões, refletindo retrações nas exportações e potencial impulso ao crescimento econômico do segundo trimestre.
Incertezas fiscais e políticas no Brasil
No cenário doméstico, o destaque fica para a tentativa de derrubar o aumento do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF), que foi rejeitado pelo Congresso na semana passada. O presidente Lula e a equipe econômica defendem a retomada da taxação, insistindo na necessidade de arrecadação para equilibrar as contas públicas.
Segundo o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, a medida é fundamental para garantir o fechamento de contas em 2025, apesar das resistências no Legislativo. O governo também anunciou que recorrerá ao Supremo Tribunal Federal (STF) contra a decisão do Congresso, afirmando que a rejeição do retroativo ao IOF violou a separação de poderes.
Perspectivas e próximos passos
Espera-se que o mercado continue atento às movimentações na política fiscal brasileira e às repercussões do pacote de Trump. A incerteza sobre os efeitos das tarifas e as decisões de política monetária do Federal Reserve reforçam a sensibilidade do ambiente financeiro internacional e doméstico.
A expectativa é de que, com a aprovação do projeto nos EUA, o mercado internacional possa experimentar maior volatilidade, enquanto o Brasil monitora os desdobramentos fiscais e econômicos para ajustar sua estratégia de contas públicas.