A balança comercial brasileira registrou, em junho de 2025, um superávit de US$ 5,889 bilhões, o menor para o mês em seis anos, refletindo a Bashada pela redução do valor das commodities e pelo aumento nas importações. Os números foram divulgados nesta sexta-feira pelo Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (Mdic).
Desempenho e comparações
O resultado de junho ficou 6,9% abaixo do registrado no mesmo mês de 2024. A soma do período de janeiro a junho indica um superávit de US$ 30,092 bilhões, uma queda de 27,6% em relação ao mesmo período do ano anterior, o pior para os primeiros meses desde 2020, quando o saldo foi de US$ 22,295 bilhões. Parte dessa retração ocorreu devido a um déficit de US$ 471,6 milhões em fevereiro, causado pela importação de uma plataforma de petróleo.
Embora as exportações tenham registrado leve alta de 1,4%, somando US$ 29,147 bilhões, esse valor ainda é o terceiro maior da história para o mês, ficando atrás de junho de 2022 e 2023. Já as importações crescentes, que atingiram US$ 23,257 bilhões — aumento de 3,8% — corresponding to the second highest for June, só perderam para 2022.
O volume de mercadorias exportadas teve alta de 6,1%, enquanto os preços médios recuaram 4,3%. Nas importações, a quantidade aumentou 5,8%, impulsionada pela recuperação econômica, mas os preços caíram em média 1,1%.
Produtos e setores
Entre os principais produtos, a soja, que lidera as exportações agropecuárias, teve uma queda de 12,5% em valor em relação a junho do ano passado, devido à redução de 9% nos preços médios e recuo de 3,9% na quantidade. O milho apresentou queda de 56,6%, apesar do aumento de 29,7% no preço médio. As exportações de petróleo recuaram 2,1%, com queda de 15,2% nos preços, mas aumento de 15,5% na quantidade exportada. Minerais de ferro também caíram 8,6%, com alta de 9,8% na quantidade, porém com forte baixa de 16,7% nos preços.
Produtos como café e carne bovina tiveram aumento expressivo de preços, de 56,1% e 22%, respectivamente, contribuindo para equilibrar a balança. Além disso, vendas de veículos, ouro e produtos semiacabados de aço cresceram em junho, compensando a retração nas demais categorias.
Na pauta de importações, houve crescimento na aquisição de motores, máquinas, componentes aeronáuticos e inseticidas, com destaque para os motores, cujo valor subiu US$ 251,4 milhões, uma alta de 37,5% em relação a junho de 2024.
Setores e impactos econômicos
O setor agropecuário sofreu uma redução de 10% nas exportações, influenciada pela queda de 12,4% na quantidade vendida, embora o preço médio tenha apresentado alta de 3,6%. Já a indústria de transformação registrou aumento de 14,7% na quantidade exportada, com queda de 3,3% nos preços, demonstrando uma leve recuperação na economia. Na indústria extrativa, as exportações cresceram 9,6% na quantidade, mas os preços recuaram 14,8%, reflexo da desaceleração na China e da intensificação da guerra comercial promovida pelos Estados Unidos.
Perspectivas e revisões
O Ministério do Desenvolvimento revisou as estimativas para a balança comercial em 2025, projeta um superávit de US$ 50,4 bilhões, uma redução de 32% em relação ao previsto para 2024. As previsões indicam crescimento de 1,5% nas exportações, totalizando US$ 341,9 bilhões, e de 10,9% nas importações, chegando a US$ 291,5 bilhões. Essas projeções consideraram, pela primeira vez, os efeitos da política tarifária do governo de Donald Trump e das retaliações comerciais da China.
Contudo, as estimativas do mercado financeiro permanecem mais otimistas. O boletim Focus, divulgado semanalmente pelo Banco Central, prevê superávit de US$ 73 bilhões para o Brasil neste ano.
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