Brasil, 4 de julho de 2025
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Artista indígena denuncia caso de racismo em churrascaria no Rio

O artista indígena Time’i Assurini registrou ocorrência após ser alvo de comentários racistas em restaurante da Barra da Tijuca.

No último dia 26 de junho, o artista indígena e pesquisador Time’i Assurini, de 31 anos, fez um registro de ocorrência na Delegacia de Crimes Raciais e Delitos de Intolerância (Decradi) em função de comentários racistas que sofreu em um restaurante na Barra da Tijuca, Zona Oeste do Rio de Janeiro. O incidente ocorreu em uma churrascaria e gerou indignação, não apenas em Time’i, mas também em sua esposa, a produtora cultural Carla Romano.

O incidente e as ofensas

Durante sua visita à churrascaria, Time’i ouviu de um churrasqueiro a seguinte frase desprezível: “Parece um índio de madeira, índio do Pica-Pau. Índio chique, né? Achei que só tinha índio no mato, o índio do Pica-Pau agora está se alimentando bem, comendo e bebendo na Barra.” Essas palavras não só ofenderam Time’i, que é indígena do povo Awaete Assurini, como também chocaram sua esposa, que imediatamente se sentiu compelida a confrontar o funcionário.

Reação e desdobramentos

A resposta do churrasqueiro foi considerada grosseira, levando Carla a alertá-lo sobre a gravidade de suas palavras. “Racismo é crime e que ele deveria ter outra postura, principalmente no lugar de trabalho”, disse Carla em resposta à provocação. Após serem atendidos por uma nova funcionária, o casal ainda buscou a gerência do estabelecimento, mas não obteve informações sobre quaisquer punições ao churrasqueiro suspeito de racismo.

Este episódio expõe uma triste realidade que muitos brasileiros enfrentam diariamente: o racismo ainda está presente em diferentes setores da sociedade, incluindo o comércio e a gastronomia. O fato de um artista indígena ser alvo de uma fala discriminatória em um espaço público levanta questões sobre a sensibilização e educação tanto de funcionários de restaurantes quanto da sociedade em geral.

A importância da denúncia

O caso de Time’i Assurini é um lembrete essencial sobre a importância de se denunciar atos de racismo. A Decradi, onde a ocorrência foi registrada, desempenha um papel crucial na promoção da justiça e na proteção das vítimas de crimes raciais, e a denúncia é um passo importante para a construção de um ambiente mais respeitoso e inclusivo.

Além da denúncia policial, o caso também destaca a relevância das redes sociais e da mídia em estratégias de conscientização e ação contra o racismo. Com o crescente suporte à diversidade e à inclusão, é vital que ataques racistas sejam amplamente divulgados, a fim de promover uma reflexão mais profunda sobre preconceito e discriminação.

Reflexão sobre o preconceito

O comentário do churrasqueiro e a reação do casal são um reflexo de problemas mais amplos enfrentados por minorias no Brasil. A luta pela igualdade e o respeito às diferenças é uma questão que envolve todos nós. Construir uma sociedade mais justa requer não apenas reconhecer que o racismo existe, mas também agir contra ele, educando outros sobre as consequências dessas atitudes e promovendo o respeito à diversidade cultural e étnica.

Time’i Assurini é um artista que utiliza sua arte para expressar a cultura de seu povo, e ações como a dele ajudam a visibilizar as lutas das comunidades indígenas. É fundamental que episódios como esse sejam tratados com a seriedade que merecem, respeitando a dignidade e os direitos de todos os indivíduos.

Próximos passos

Até o fechamento desta reportagem, o g1 havia tentado contato com a churrascaria para obter um posicionamento, mas ainda não havia recebido resposta. O desfecho desse caso poderá trazer implicações sobre como a empresa lidará com o incidente e se tomará medidas para assegurar que comportamentos discriminatórios não sejam tolerados no futuro.

A sociedade aguarda uma resposta das autoridades e, especialmente, da churrascaria onde o incidente ocorreu. A esperança é que, por meio do diálogo e da ação, possamos juntos construir um ambiente onde todos se sintam respeitados e valorizados, independentemente de suas origens étnicas ou culturais.

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