Brasil, 4 de julho de 2025
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A queda das taxas de natalidade entre adolescentes nos EUA

A taxa de natalidade entre adolescentes caiu drasticamente nos EUA, com fatores sociais e educacionais em jogo.

Nos últimos 50 anos, a taxa de natalidade em geral diminuiu, mas a queda mais acentuada ocorreu entre mães com idades entre 15 e 19 anos. Dados da U.N. Population Division mostram que, em 1975, houve 599.926 natais de adolescentes nos Estados Unidos, mais que o dobro dos 136.376 registrados em 2024. Essa mudança reflete uma transformação social significativa, influenciada por diversos fatores que impactam o comportamento sexual e as decisões familiares dos jovens.

A redução nas atividades sexuais dos adolescentes

De acordo com a pesquisa mais recente do Centers for Disease Control and Prevention (CDC), apenas 32% dos estudantes do ensino médio relataram ter feito sexo em 2023. Essa taxa representa uma queda em comparação aos 47% que afirmaram ter tido relações sexuais em 2013 e muito abaixo dos 54% registrados em 1991. Elizabeth Wildsmith, demógrafa e socióloga da Child Trends, comentou que a diminuição da atividade sexual entre os adolescentes é um reflexo de mudanças culturais e sociais. “Os jovens estão mais informados sobre métodos contraceptivos e também sobre relacionamentos saudáveis”, diz ela.

Enquanto a tecnologia e as redes sociais desempenham um papel importante na formação de relacionamentos, Wildsmith observa que ainda não está claro como essas plataformas influenciam a atividade sexual. Há aspectos positivos, como o acesso a informações precisas, mas também há riscos associados à desinformação sobre saúde. Em meio a esse dilema, a diminuição do número de jovens que namoram pode estar contribuindo para a queda das taxas de natalidade entre adolescentes.

Educação como um fator determinante

Claire Brindis, co-diretora do Centro Nacional de Pesquisa em Saúde Adolescentil e Jovem Adulto na Universidade da Califórnia, San Francisco, destaca a importância do acesso à educação. O aumento da escolaridade entre mulheres jovens, que agora têm modelos a seguir, como suas mães, é um elemento crucial que contribui para essa transformação. “As jovens estão mais capacitadas a adiar a maternidade, buscar educação, e isso reflete em suas escolhas reprodutivas”, observa Brindis.

Esse ambiente de educação reforçada resulta em decisões mais ponderadas sobre a vida sexual e a maternidade. Muitas jovens afirmam querer realizar seus sonhos e objetivos antes de formar uma família, o que indica uma mudança de mentalidade em relação à maternidade precoce.

Desigualdades nas taxas de natalidade

Embora a redução na taxa de natalidade entre adolescentes tenha sido evidente em todas as etnias e grupos socioeconômicos, a diminuição não foi uniforme. Segundo Wildsmith, “ainda existem grandes disparidades nas taxas de natalidade entre raças, etnias e status socioeconômico.” Os dados mostram que adolescentes nativos, hispânicos, de ilhas do Pacífico e negros têm taxas de natalidade significativamente mais altas em comparação com adolescentes brancos e asiáticos.

Brindis adverte que é vital continuar investindo em jovens, especialmente aqueles provenientes de comunidades de baixa renda, que tendem a ser mais vulneráveis. “Se não priorizarmos a educação e o apoio social para esses grupos, os avanços recentes podem ser revertidos”, alerta.

A tendência de ter filhos mais tarde

Uma análise recente da Newsweek sobre como as taxas de natalidade mudaram em todas as faixas etárias evidencia que os indivíduos estão tendo filhos mais tarde. A quantidade de mães com idades entre 50 e 54 anos, que não registraram nascimento em 1975, aumentou nos últimos anos. Ao mesmo tempo, pessoas em seus 20 anos estão atrasando a maternidade, refletindo uma tendência global de queda nas taxas de fertilidade.

Atualmente, os Estados Unidos enfrentam uma média de 1,6 nascimentos por mulher, bem abaixo do nível de reposição necessário de 2,1, conforme projeções do Congressional Budget Office. Essa redução é atribuída a mudanças sociais, financeiras e políticas que desencorajam a formação de famílias.

Com o governo buscando maneiras de abordar essa questão, políticas de incentivo à natalidade, como a proposta de um “bônus para bebês”, foram discutidas para fomentar a formação de famílias, mas os desafios permanecem diante de um panorama econômico incerto.

Em suma, a queda nas taxas de natalidade entre adolescentes revela uma intersecção complexa de fatores sociais, educacionais e econômicos que estão moldando as escolhas de vida dos jovens nos Estados Unidos. A diminuição das atividades sexuais, melhor acesso à educação e desigualdades persistentes são aspectos centrais para compreender essa mudança e seus impactos na sociedade.

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