Em uma emocionante história que une paixão pelo futebol e superação, Julia Maria Rodrigues, de 43 anos, apresentou sintomas de um princípio de infarto após uma partida do Palmeiras na Copa do Mundo de Clubes. A moradora de Santos, São Paulo, fez um dramático relato à presidente do clube, Leila Pereira, expressando seu desejo de ganhar uma camisa autografada pelo goleiro Weverton. O que deveria ser um momento de alegria se transformou em uma crise de saúde, mostrando como o esporte pode impactar as emoções de seus torcedores.
Um jogo emocionante e suas consequências
No último dia 23, ao enfrentar o Inter Miami, liderado por Lionel Messi, o Palmeiras garantiu a classificação de forma eletrizante, com dois gols nos últimos dez minutos, deixando o marcador em 2 a 2. Após essa partida, Julia deitou-se para dormir, mas foi acordada por fortes dores no peito por volta das 5h da manhã. Sozinha em casa, a farmacêutica imediatamente acionou o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu), que chegou rapidamente ao local.
“Na hora eu já pensei: Estou enfartando”, relatou Julia em entrevista ao g1. Após ser levada à Unidade de Pronto Atendimento (UPA), foi constatado que suas dores estavam relacionadas a uma crise de ansiedade, potencialmente desencadeada pela carga emocional do jogo. Julia foi liberada, mas as preocupações com sua saúde continuaram.
Novos desafios e a busca por tratamento
Na manhã do último domingo (29), após o Palmeiras vencer o Botafogo pelas oitavas de final, Julia sentiu seu coração acelerar novamente durante o trabalho. O episódio culminou em um desmaio, e a aferição de pressão revelou números alarmantes: 21 por 12. A farmaceutica buscou um cardiologista e, recentemente, começou um tratamento para controlar sua pressão arterial, dada a predisposição familiar a problemas cardíacos.
Um desejo de realizar sonhos
Após toda essa experiência traumática, Julia decidiu escrever uma carta aberta ao Palmeiras, expressando seu amor pelo clube e sua esperança de conhecer o Allianz Parque, o que ela considera um sonho. “Eu não posso morrer sem conhecer o Allianz. Antes de morrer, quero realizar esse meu sonho”, declarou ela. O pedido por uma camisa oficial também reflete seu desejo de simbolizar a luta e a determinação que a história do Palmeiras representa para ela.
“Ele [Weverton] é a muralha do nosso time”, reforçou a torcedora, destacando sua admiração pelo goleiro.
A relação entre saúde e a paixão pelo Palmeiras
Julia compartilha que, embora a maior parte de sua família torça pelo Santos, sua paixão pelo Palmeiras surgiu por influência de um tio. O amor pelo clube aumentou após a conquista do Campeonato Brasileiro de 1993, e ela sentiu uma identificação ainda maior após enfrentar problemas de saúde. Para ela, a trajetória de recuperação se assemelha à luta do time, que é conhecido por sua garra e resiliência.
“Eu identifico muito com a minha história de vida. O Palmeiras é o time da garra, da virada, de guerreiros. Eu levo meu estilo de vida com essa identificação”, disse Julia, mencionando experiências difíceis que moldaram sua trajetória pessoal.
Um pedido de apoio
Por fim, Julia destacou a importância de apoio emocional, não apenas em sua vida, mas também em sua jornada como torcedora. A conexão com Leila Pereira, presidente do Palmeiras, é significativa para ela. “Ainda mais por ter uma mulher gerindo tudo isso hoje em dia. E também porque o marido dela teve problemas de saúde e ela tomou à frente”, disse. O carinho pela presidente reflete uma conexão e identificação com a luta de outra mulher forte que está à frente do clube.
Com a próxima partida contra o Chelsea marcada para esta sexta-feira (4), Julia fará o possível para acompanhar o jogo, embora escreva que terá que avaliar o andamento de seu tratamento antes de decidir. “Fico com medo de acelerar muito o meu coração”, concluiu.
É uma história que nos faz refletir sobre a relação profunda que muitos têm com seus clubes e como o futebol pode ser um espelho das nossas vidas, com suas vitórias e derrotas.
Confira a carta na íntegra: na carta, Julia compartilha seu amor pelo Palmeiras, seus desafios pessoais e seu sonho por uma camisa que simboliza não apenas o clube, mas sua própria resiliência. Sua narrativa é um lembrete poderoso de como o esporte pode tocar nossas vidas de maneiras inesperadas e profundas.