Na última quarta-feira (2), o Aeroporto Internacional de Viracopos, em Campinas (SP), foi palco de uma tragédia que ressalta a necessidade urgente de melhores condições de segurança no trabalho. Um funcionário de 46 anos, Rodrigo Augusto Lucena Barros, perdeu a vida após ser atropelado por um veículo enquanto realizava serviços de manutenção na pista do aeroporto.
Aumento preocupante de acidentes de trabalho em Viracopos
Desde 2013, o aeroporto já contabiliza quatro mortes em decorrência de acidentes de trabalho, de acordo com o Centro de Referência em Saúde do Trabalhador (Cerest) de Campinas. Em 2022, um trabalhador também morreu após uma queda de uma altura de 14 metros. Os casos recentes levantam questões sobre as práticas de segurança em um local onde cerca de 10 mil pessoas estão empregadas, distribuídas entre 400 empresas.
O Cerest já apontou um aumento de 62% nas notificações de acidentes de trabalho em 2025, com registros que passaram de 29 em 2023 para 47 em 2024. Neste cenário, o Ministério Público do Trabalho (MPT) já havia iniciado investigações sobre a situação no aeroporto, intensificando o trabalho de fiscalização e orientação às empresas que atuam no local.
Como ocorreu o acidente fatal
O atropelamento de Rodrigo Augusto Lucena Barros ocorreu enquanto ele realizava uma manutenção nas pistas de pouso e decolagem. Segundo informações preliminares, o veículo que o atingiu era um Ford Courier, cuja motorista não avistou o trabalhador devido à falta de iluminação no local e à ausência de um colete refletivo por parte da vítima. A Polícia Civil registrou o caso como homicídio culposo e aguarda avaliações de câmeras de segurança e laudos periciais para dar sequência às investigações.
Com a urgência do incident na mão, o MPT e o Cerest realizaram vistorias no local para coletar informações. As duas empresas envolvidas no acidente tiveram suas atividades suspensas até que uma análise mais apurada sobre as circunstâncias do acidente seja realizada. A prefeitura de Campinas também notificou essas empresas para que entreguem documentos até a próxima segunda-feira (7) e implementem mudanças nos processos de trabalho, visando minimizar os riscos de acidentes.
Retomando práticas de segurança no trabalho
O aumento alarmante no número de acidentes de trabalho no aeroporto de Viracopos levanta a questão da eficácia das normas de segurança atualmente em vigor. A concessionária Aeroportos Brasil Viracopos (ABV) tem colaborado com as investigações, mas o cenário revela a necessidade de uma maior fiscalização e educação sobre segurança no trabalho. Christiane Sartori, coordenadora da Saúde do Trabalhador e Vigilância de Determinantes Ambientais da Saúde, afirmou que a aproximação do Cerest com as empresas permite um melhor monitoramento das práticas de segurança, mas ainda é preciso um esforço maior para que essas práticas sejam efetivamente seguidas.
Acidentes como o de Rodrigo não devem ser ignorados, e as mortes ocorridas em Viracopos são um chamado à ação para todos os envolvidos. A prevenção deve ser uma prioridade máxima, e a responsabilidade é conjunta entre empresas, funcionários e órgãos reguladores.
Desafios e lições a serem aprendidas
Os números alarmantes de acidentes de trabalho no Aeroporto de Viracopos, que incluem tanto atropelamentos quanto quedas, levantam importantes discussões sobre segurança no ambiente laboral e a responsabilidade de todos os envolvidos. Com a tragédia mais recente, espera-se que haja um compromisso renovado para melhorar as condições de trabalho e assegurar que tragédias como essa não voltem a ocorrer.
Acompanharemos as investigações em curso e as ações que serão tomadas em resposta a este trágico acidente. Espera-se que, em breve, possamos ver um ambiente de trabalho mais seguro e adequado, onde a proteção dos trabalhadores seja a prioridade máxima.