Na última segunda-feira, 30 de julho, a polícia prendeu três suspeitos envolvidos no assassinato do adolescente Marco Felipe Mendes de Sousa, conhecido entre os skatistas como Felipe Maracajá, de apenas 15 anos. Com essas novas detenções, o total de capturados pelo crime chega a quatro. O trágico ocorrido aconteceu no Bairro Vicente Pinzón, em Fortaleza, e chocou a comunidade local e o meio esportivo.
Interrogatório brutais e a disseminação de vídeos
Um dos aspectos perturbadores desse caso foi revelado em um vídeo que circulou nas redes sociais, onde Marco Felipe foi interrogado por membros de uma facção criminosa. Durante o interrogatório, ele foi forçado a fornecer a senha do celular, que foi revistado pelos criminosos. As imagens mostram o jovem sendo hostilizado e chamado de “playboy”, evidenciando a brutalidade do ato.
Os suspeitos mostraram na tela do celular grupos de mensagens os quais Marco Felipe fazia parte, insinuando que ele teria ligações com facções rivais, particularmente mencionando o Comando Vermelho (CV). No entanto, segundo seu pai, Marcos Henrique, o adolescente não possuía qualquer envolvimento com atividades criminosas, sendo um estudante e atleta ativo que participava de competições de skate.
Reação da comunidade e do pai do skatista
A morte de Marco Felipe gerou uma onda de indignação nas redes sociais e entre os skatistas. A Federação Piauiense de Skateboard emitiu uma nota de pesar, lamentando a cruel realidade enfrentada pela juventude no Brasil. “Felipe se soma às estatísticas cruéis de um país que falha com sua juventude”, diz a nota. A entidade destacou que, em menos de seis meses, este é o segundo jovem skatista assassinado no Ceará, ressaltando a necessidade urgente de atenção e proteção a esses jovens que, mesmo sem envolvimento com o crime, estão expostos à violência.
O pai de Marco, em declarações à imprensa, reforçou o caráter pacífico e o potencial do filho, mencionando que ele competia até fora do estado, destacando-se como um talento no skate. “O skate salva. O skate transforma. Mas não basta”, afirmou, ressaltando a importância do esporte na vida de muitos jovens, mas que não é suficiente para garantir segurança em comunidades onde a presença do crime é predominante.
Investigação e prisões
As investigações em torno da morte de Felipe Maracajá continuam, com a Polícia Civil em busca de outros envolvidos no crime. De acordo com a Secretaria da Segurança Pública e Defesa Social, logo após a morte do adolescente, a Polícia Militar do Ceará (PMCE), em uma ação coordenada com o Núcleo de Videomonitoramento (Nuvid), conseguiu prender um homem de 25 anos que já possuía passagens por roubo e corrupção de menor, sendo autuado em flagrante por homicídio.
A busca por justiça para Marco Felipe Mendes de Sousa segue, enquanto a comunidade clama por soluções efetivas para combater a violência que afeta tantos jovens e suas famílias. O caso reflete um problema social mais amplo que precisa ser enfrentado com urgência, garantindo um futuro mais seguro para a juventude brasileira.
À medida que novas informações surgem, a comunidade e as autoridades esperam que a verdade prevaleça e que os responsáveis sejam devidamente punidos, evitando que tragédias semelhantes se repitam. O legado de Felipe Maracajá deve ser uma chamada à ação para todos nós.