O projeto de lei de gastos e impostos de Donald Trump foi aprovado pelo Congresso dos Estados Unidos nesta quinta-feira (3), passando pela Câmara dos Representantes por 218 votos a 214. A aprovação ocorre duas semanas após a decisão no Senado e representa uma vitória política para o ex-presidente, que pretende sancionar a medida nesta sexta-feira, dia de sua Independência.
Impáctos e controvérsias do projeto de Trump
O projeto é considerado um dos mais extensos e controversos da atualidade, abrangendo desde o Medicaid — programa de saúde para pessoas de baixa renda — até subsídios para alimentos e energia limpa. Segundo o Escritório de Orçamento do Congresso (CBO), a proposta pode gerar um aumento de US$ 3,3 trilhões nos déficits federais nos próximos dez anos e deixar milhões desassistidos em questões de saúde, embora a Casa Branca conteste esses números.
Principais medidas do projeto
Entre as mudanças, o projeto torna permanentes os cortes de impostos criados durante o primeiro governo Trump. Essas reduções, previstas inicialmente para expirar em dezembro, beneficiam empresas e diferentes faixas de renda. Além disso, cria requisitos mais rígidos para quem solicitar planos de saúde subsidiados pelo Medicaid, potencialmente deixando quase 12 milhões de americanos sem cobertura até o final da década, de acordo com o CBO.
Outra novidade é a eliminação de incentivos fiscais para energia limpa, incluindo painéis solares residenciais, além do fim do imposto sobre gorjetas em setores como o de hotelaria e restauração, uma promessa de campanha de Trump que visa beneficiar trabalhadores desses segmentos.
O impacto político e as reações
Analisando o cenário político, o correspondente-chefe da BBC News na América do Norte, Gary O’Donoghue, avalia que a aprovação do projeto reforça o controle de Trump sobre o Partido Republicano e marca uma fase importante para sua trajetória política. “A aprovação vai além das medidas individuais, consolidando objetivos do ex-presidente no combate a impostos e imigração, além de demonstrar sua influência no partido”, afirma.
Apesar de algumas objeções internas no Partido Republicano, Trump conseguiu convencer alguns colegas a se alinharem ao seu posicionamento, mesmo que isso represente riscos para sua sobrevivência política. O apoio ao projeto, considerado por analistas como uma vitória, ocorre em um momento de avanços na relação diplomática com a OTAN, no Oriente Médio e na economia.
Reação e próximos passos
Com a expectativa de sancionar a lei na sexta-feira, dia de sua aniversário de independência, Trump sinaliza que a medida será implementada rapidamente, reforçando sua estratégia de alinhamento político e econômico de curto prazo. Leia mais sobre o impacto da lei neste artigo do G1.