Pressionado e com o cargo em risco, o presidente dos Correios, Fabiano Silva dos Santos, decidiu que entregará seu pedido de demissão nos próximos dias. Ele não vai esperar até agosto, quando seu mandato terminaria. A decisão vem em um momento delicado, devido a tensões políticas dentro do governo e à sua própria saúde.
Motivos da saída de Fabiano Silva dos Santos
Santos está internado em um hospital em São Paulo, tratando de problemas de saúde, mas está determinado a apresentar sua carta de demissão assim que tiver alta. Segundo informações da colunista Mônica Bergamo, o documento já está pronto e sua saída do cargo é esperada até a próxima semana.
Aliados de Santos afirmam que, desde que a tensão aumentou com o ministro da Casa Civil, Rui Costa, sua permanência à frente dos Correios tornou-se insustentável. Por lealdade ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva, ele optou por antecipar a sua demissão, a fim de evitar mais desgastes ao governo.
Contexto político e econômico dos Correios
O clima tenso na gestão dos Correios não é novidade. O grupo aliado a Fabiano atribui à Casa Civil o vazamento de reuniões que discutiam a situação financeira da empresa, que informou prejuízo recorde de R$ 2,6 bilhões em 2024. Essa crise financeira contribuiu para a instabilidade no comando da empresa.
Além disso, há divergências entre Santos e a Casa Civil sobre um plano que pode resultar no fechamento de agências e na demissão de até 10 mil funcionários. Embora a Casa Civil negue que Rui Costa tenha apresentado uma proposta oficial para o desligamento em massa, esse tema tem gerado preocupação entre os empregados e aliado de Santos.
Consequências da saída de Fabiano dos Correios
A saída de Santos levanta questões sobre a continuidade das políticas e práticas administrativas dos Correios. Integrantes do Palácio do Planalto afirmam que ainda não há um nome definido para assumir a presidência da empresa. O União Brasil, partido que procura influenciar a escolha do novo presidente, pode usar esse vácuo de poder para escolher um nome alinhado a seus interesses.
Com a disposição de Santos em deixar o cargo, fica a expectativa sobre quem será seu sucessor e que direções a nova gestão poderá seguir, especialmente em um momento de crise econômico-financeira. Assim, a escolha do novo presidente é crucial para o futuro dos Correios e sua capacidade de se recuperar dos desafios atuais.
Assim, enquanto o país observa as mudanças em tempo real, a decisão de Fabiano Silva dos Santos pode representar um divisor de águas na trajetória dos Correios e em sua relação com o governo e os trabalhadores que dependem da empresa.