Brasil, 3 de julho de 2025
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Estudo aponta que uso de IA reduz criticidade e autenticidade na escrita dos estudantes

Pesquisa do MIT revela impacto do ChatGPT na capacidade cerebral e na qualidade das redações de alunos universitários

Uma pesquisa preliminar do MIT sugere que estudantes que utilizam inteligência artificial generativa, como o ChatGPT, apresentam menor criticidade e autenticidade na produção de textos acadêmicos. Os resultados indicam que o uso excessivo dessas ferramentas pode afetar a capacidade de reflexão profunda, além de alterar padrões cerebrais relacionados à criatividade.

Impacto da IA na escrita e na cognição dos estudantes

Segundo a professora Jocelyn Leitzinger, de Chicago, aproximadamente metade de seus 180 alunos usaram o ChatGPT de forma inadequada no último semestre, inclusive ao discutir questões éticas relacionadas à IA. Ela observa que, ao analisar uma pesquisa recente, estudantes que dependem da ferramenta tendem a ser menos críticos com o conteúdo produzido.

Conflito entre inovação e aprendizagem

O estudo, que ainda não passou pela revisão por pares, dividiu 54 estudantes de Boston em três grupos: um usando ChatGPT, outro com mecanismos de busca e um terceiro apenas com ideias próprias. Após sessões de escrita e monitoramento cerebral, os pesquisadores descobriram que os participantes que usaram a IA tiveram resultados significativamente inferiores em qualidade de texto e atividade cerebral.

As imagens de eletroencefalogramas mostram que nos grupos que utilizavam o ChatGPT as diferentes regiões cerebrais se conectaram com menos frequência. Além disso, mais de 80% dos estudantes que usaram inteligência artificial não conseguiram citar trechos de seus textos, ao contrário de apenas 10% do grupo que escreveu por conta própria. Os professores auditoriam que textos gerados por IA apresentavam uma estrutura correta, mas faltava criatividade e reflexão.

Críticas e reflexões sobre o impacto da IA na educação

Especialistas, como a neurocientista Ashley Juavinett, criticam as conclusões alarmistas de que a IA torna as pessoas preguiçosas ou estúpidas, argumentando que o estudo não oferece evidências suficientes para essas afirmações. Leitzinger, por sua vez, teme que o uso do ChatGPT esteja facilitando a fuga do aprendizado dos conhecimentos básicos, semelhante ao impacto das calculadoras na década passada.

Para ela, eliminar o esforço de pensar e escrever pode comprometer o desenvolvimento cognitivo dos estudantes, levando a uma educação menos autêntica. “Escrever é pensar; pensar é escrever. Se eliminamos esse processo, o que resta do pensamento?”, questiona.

Perspectivas futuras e necessidade de estudos adicionais

Durante uma quarta sessão do estudo, em que o grupo inicialmente apenas refletiu sem usar IA, a conectividade cerebral aumentou ainda mais ao usar o ChatGPT pela primeira vez. Apesar disso, pesquisadores alertam que os resultados ainda são preliminares e que é necessário aprofundar os estudos para entender como integrar de maneira saudável as ferramentas de IA na educação.

O artigo completo você encontra em: Fonte original.

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