Brasil, 5 de julho de 2025
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Especialistas alertam sobre proposta de RFK Jr. de usar dispositivos de saúde em todos os americanos

Entidades de segurança levantam preocupações com a coleta massiva de dados de wearables propostos por RFK Jr., destacando riscos à privacidade.

Durante uma audiência na Subcomissão de Saúde da Câmara dos Estados Unidos, o governador Robert F. Kennedy Jr. sugeriu que todos os americanos utilizem dispositivos vestíveis de monitoramento de saúde, como smartwatches e anéis inteligentes, para controlar o bem-estar e motivar responsabilidade pessoal. Apesar de ainda ser uma sugestão, a iniciativa tem gerado debates intensos sobre a segurança e privacidade dos dados coletados.

O que Kennedy propõe e como será a campanha

RFK Jr. afirmou que os wearables podem ajudar as pessoas a acompanhar níveis de glicose, frequência cardíaca e outros métricos enquanto consomem alimentos, incentivando escolhas mais saudáveis. Segundo relatos do Departamento de Saúde e Recursos Humanos, uma campanha será lançada para estimular o uso desses dispositivos, embora ainda não haja uma obrigatoriedade.

Preocupações com a privacidade e segurança dos dados de wearables

Dados sensíveis e riscos de abuso

Especialistas alertam que, embora a proposta seja bem-intencionada, os dispositivos vestíveis coletam informações altamente sensíveis, como sinais vitais, localização, ciclo menstrual e dados biométricos detalhados. Segundo Alex Hamerstone, diretor de soluções da TrustedSec, “não há indicação de que o governo vá coletar esses dados, mas a privacidade ainda é uma preocupação enorme devido ao valor que esses dados têm para empresas e criminosos.”

Ele explica que os dados de saúde diferem de informações como a senha do cartão de crédito, pois podem impactar seguros, emprego e vida pessoal, caso caiam em mãos erradas. Além disso, o fato de esses dados não serem protegidos pela HIPAA reforça riscos de vazamentos e uso indevido.

Histórico de vulnerabilidades e riscos na segurança

Kevin Johnson, CEO da Secure Ideas, lembra que invasões ocorridas em 2018, envolvendo aplicativos como Strava, demonstraram vulnerabilidades que expuseram localizações de militares. “Dispositivos conectados, como wearables, possuem várias brechas de segurança que podem permitir acessos não autorizados”, afirma Johnson.

Ele cita ainda que ataques podem acontecer por vulnerabilidades no hardware, firmware, conexões Bluetooth ou Wi-Fi, e até pelo roubo físico do equipamento. Johnson ressalta que muitas dessas informações incluem dados pessoais sensíveis além dos biométricos.

Controle do usuário e limites de proteção

Para minimizar riscos, especialistas recomendam que os usuários ajustem as configurações de privacidade e desativem recursos desnecessários. “Por mais que os usuários possam limitar o que compartilham, eles dependem da segurança das empresas que fabricam esses dispositivos e aplicações”, explica Dave Chronister, CEO da Parameter Security.

Ele reforça que mesmo medidas como desligar Bluetooth ou criar senhas fortes representam apenas uma parte da proteção, já que o armazenamento, uso e compartilhamento de dados acontecem nos bastidores, muitas vezes sem o controle total do usuário.

Impactos a longo prazo e questões éticas

Chronister alerta que os dados de saúde coletados por wearables não são cobertos pela HIPAA, podendo ser usados ou vendidos por empresas mesmo após promessas de privacidade. ?“Esse fluxo de dados pode criar perfis detalhados de saúde e comportamento, que podem influenciar decisões de seguros, empregos e créditos no futuro”, acrescenta, destacando o risco do uso de inteligência artificial para prever doenças ou comportamentos.

Enquanto a proposta de RFK Jr. ainda está em discussão, a discussão sobre o equilíbrio entre inovação tecnológica, privacidade e segurança permanece crucial. Especialistas reforçam que os consumidores devem estar cientes dos riscos e limitar a quantidade de dados compartilhados, sobretudo diante de uma possível ampliação no uso de wearables pelo governo.

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