A empresa de balonismo Aventurar, envolvida em um trágico acidente que resultou na morte de uma turista em Capela do Alto (SP), voltou a oferecer voos mesmo sem autorização legal. A denúncia foi feita pela prefeitura de Boituva, que identificou a promoção de novos passeios nas redes sociais, o que gerou preocupações sobre a segurança das operações da empresa.
Irregularidades na operação da Aventurar
Segundo a administração municipal, a Aventurar não possui a inscrição municipal e a liberação do Corpo de Bombeiros, que são exigências obrigatórias para operar. Apesar dessas irregularidades, a empresa estava anunciando voos com decolagens programadas na cidade de Boituva. Além disso, a tentativa de transferir a sede da empresa para Boituva foi negada devido à falta de documentação e ao histórico problemático da empresa.
A prefeitura tomou medidas ao encaminhar a denúncia à Agência Nacional de Aviação Civil (ANAC), responsável pela fiscalização do setor aéreo, e registrou um boletim de ocorrência junto à Polícia Civil, que já iniciou as investigações sobre a questão. A fiscalização do município também foi acionada, mas não encontrou atividades em seu endereço conhecido.
É importante destacar que o balonismo é uma atividade turística consolidada em Boituva, mas somente empresas credenciadas e fiscalizadas podem oferecer esses passeios, de modo a garantir a segurança dos passageiros. A gestão municipal enfatizou seu compromisso com a segurança e a conformidade legal das operações nesse setor.
Consequências do acidente trágico
O acidente com a Aventurar resultou na morte de Juliana Alves Prado Pereira, de 27 anos, que estava no balão com seu marido comemorando o Dia dos Namorados. O balão, que transportava 35 pessoas, sofreu uma queda após bater duas vezes contra o solo. Juliana se feriu gravemente e não sobreviveu. Os demais passageiros foram levados a hospitais, mas já receberam alta.
Após o ocorrido, o dono da empresa e o piloto foram indiciados por homicídio culposo. A Polícia Civil informou que o piloto alegou que uma rajada de vento inesperada causou a queda do balão. O dono da empresa, Miguel Antônio Bruder Leiva, não apareceu para prestar depoimento, uma vez que sua defesa alegou problemas de saúde. O caso segue agora para o Ministério Público, que decidirá os próximos passos.
Medidas de segurança após o acidente
Em resposta ao acidente e com a intenção de aumentar a segurança nas operações de balonismo, a Prefeitura de Boituva convocou uma reunião de emergência entre autoridades locais e representantes da Confederação Brasileira de Balonismo. Como resultado, um cadastro online foi criado para que as empresas comunicassem seus voos, devendo fazê-lo com no mínimo quatro horas de antecedência. Contudo, nas festividades subsequentes, quase 20 voos de balões foram realizados sem a devida informação à prefeitura, o que demonstra a persistência da irregularidade nas operações.
A importância da fiscalização
As autoridades locais ressaltam a necessidade de um controle mais rigoroso sob as empresas de balonismo, considerando o recente acidente e outrasinarregularidades. O respeito às leis e a segurança dos clientes devem ser prioridade máxima, afirma a administração municipal de Boituva. Denúncias sobre atividades irregulares podem ser feitas através dos canais disponibilizados pela prefeitura e órgãos de segurança pública.
Com um histórico de acidentes e irregularidades no setor, fica evidente que a fiscalização precisa ser intensificada para garantir a segurança dos passageiros e a credibilidade das empresas de balonismo em todo o estado de São Paulo. A situação levanta debates sobre como equilibrar as atividades turísticas e a segurança pública em um setor que, embora promissor, carrega riscos significativos.
O g1 tentou contato com a empresa Aventurar, mas não obteve resposta até o fechamento desta reportagem. A continuidade das investigações é crucial para que novas tragédias possam ser evitadas.
Esse incidente deve servir como um alerta para o setor de turismo em Boituva e na região, evidenciando a importância da regulamentação e da fiscalização efetiva das atividades aéreas para garantir a segurança de todos os envolvidos.