A promoção da unidade entre os cristãos é uma tarefa fundamental para a Igreja Católica, especialmente sob a direção do Dicastério para a Promoção da Unidade dos Cristãos. O compromisso com um autêntico espírito ecumênico é uma prioridade, visando estabelecer um diálogo fraterno com outra Igrejas e comunidades eclesiais. Este trabalho busca recuperar a unidade perdida entre os cristãos, promovendo relações de colaboração e entendimento mútuo.
Entendendo o papel do Dicastério
O Dicastério, sob a liderança do cardeal Kurt Koch e do arcebispo Flavio Pace, desempenha funções vitais nas relações com as Igrejas Ortodoxas e outras Comunhões cristãs. As atividades do Dicastério são organizadas em duas seções principais: a seção oriental, que lida com Igrejas de tradição bizantina e Ortodoxas Orientais, e a seção ocidental, que abrange diversas Igrejas e Comunidades do Ocidente.
Um breve histórico do ecumenismo
A história do Dicastério remonta a 5 de junho de 1960, quando o Papa João XXIII estabeleceu o Secretariado para a Promoção da Unidade dos Cristãos. Esta foi a primeira manifestação oficial do empenho da Igreja Católica no movimento ecumênico, que culminou em importantes documentos durante o Concílio Vaticano II, como Unitatis redintegratio e Nostra aetate.
Após o Concílio, o Secretariado tornou-se um órgão permanente da Santa Sé, confirmando sua importância no diálogo ecumênico. Em 1988, o Papa João Paulo II elevou o status do Secretariado ao nível de Pontifício Conselho, e mais recentemente, em 2022, o Papa Francisco rebatizou a entidade como Dicastério para a Promoção da Unidade dos Cristãos, reafirmando seu propósito essencial.
Responsabilidades e competências do Dicastério
O Dicastério é responsável por implementar os ensinamentos do Concílio Vaticano II e orientar as atividades ecumênicas da Igreja. Essa atuação envolve a promoção de diálogos teológicos, o envolvimento em encontros e eventos nacionais e internacionais e a coordenação de iniciativas ecumênicas de outras instituições da Santa Sé.
Além disso, o Dicastério é encarregado de selecionar os membros católicos para diálogos teológicos e de convidar representantes de outras Igrejas para eventos significativos. Dentro do Dicastério, existe uma Comissão para as Relações Religiosas com o Judaísmo, que busca cultivar laços entre católicos e judeus, enfatizando a importância do respeito e da colaboração inter-religiosa.
O diálogo como caminho para a unidade
De acordo com o cardeal Kurt Koch, o diálogo entre cristãos nos últimos sessenta anos avançou mais do que em qualquer outro período da história. Exemplos significativos incluem as interpretações cristológicas com Igrejas Ortodoxas Orientais, que resolveram controvérsias de longo prazo, e a Declaração Conjunta sobre a Doutrina da Justificação.
O Papa Francisco, em seu discurso à Assembleia Plenária do Dicastério, enfatizou a importância de caminhar juntos na busca por unidade, ressaltando que a fraternidade deve prevalecer sobre as diferenças teológicas. “Não devemos esperar por um consenso teológico completo para começarmos a trabalhar juntos, mas sim avançar em oração e ações de caridade”, refletiu o Papa. Essa abordagem prática e inclusiva estabelece uma nova dinâmica nas relações entre os cristãos.
Ao promover um verdadeiro espírito ecumênico, o Dicastério para a Promoção da Unidade dos Cristãos não só busca estreitar laços entre as diferentes tradições cristãs, mas também nos convida a todos a agir em conjunto em prol de um futuro comum de unidade e respeito, evidenciando que a fraternidade deve ser o alicerce do diálogo religioso.
O caminho para a unidade requer esforços contínuos e comprometimento de todos os envolvidos. O Dicastério, com a orientação do Papa e a colaboração de diversas Igrejas, está determinado a facilitar esse importante processo de reconciliação e unidade entre os cristãos ao redor do mundo.
