Brasil, 4 de julho de 2025
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Brics busca ocupar espaço deixado pelos EUA com Trump

Reunião no Rio de Janeiro reforça o esforço do grupo de emergentes em condenar protecionismo dos EUA e fortalecer o multilateralismo

Os líderes do Brics se reúnem neste fim de semana no Rio de Janeiro para uma cúpula organizada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, com a expectativa de condenar “medidas protecionistas unilaterais injustificadas” de tarifas e fortalecer o papel do grupo na cena internacional. A reunião ocorre em um momento em que o grupo busca se consolidar como alternativa à influência dos Estados Unidos, sobretudo após a política de Donald Trump de tarifar produtos estrangeiros.

Reunião no Rio reforça posicionamento do Brics contra protecionismo

Durante o evento, um texto preliminar condenando a guerra comercial de Trump foi assinado pelos países do bloco na reunião de chanceleres em abril, também realizada no Rio de Janeiro. Segundo o embaixador e sherpa da África do Sul, Xolisa Mabhongo, todos os membros do Brics concordam que “essas tarifas não são produtivas” e prejudicam a economia global e o desenvolvimento.

Apesar de a linguagem final do documento provavelmente não citar diretamente os EUA ou o presidência de Trump, o sinal enviado ao governo norte-americano é claro. O bloco envia uma mensagem de resistência ao aumento de tarifas, que está em discussão até o dia 9 de julho, e mostra unidade diante do impacto negativo dessas medidas.

O papel do Brics na atual dinâmica internacional

Enquanto Trump tem alienado aliados tradicionais e promovido a agenda “Estados Unidos em primeiro lugar”, o Brics busca reforçar seu papel como defensor do livre comércio e do multilateralismo — valores que, até pouco tempo, eram considerados fundamentos da política americana. “Todos os membros do Brics concordam que essas tarifas não são boas para a economia mundial, nem para o desenvolvimento”, afirmou o embaixador da África do Sul, Xolisa Mabhongo.

O grupo se projeta como uma alternativa ao papel tradicional de liderança dos EUA, embora ainda enfrente desafios para exercer influência global efetiva. Segundo especialistas, a recente ampliação do Brics com países como Egito, Irã e Indonésia amplia sua dimensão, representando cerca de 40% do PIB mundial e quase metade da população global. No entanto, essa expansão também ameaça a coerência e a unidade do bloco.

Desafios e perspectivas do Brics

Apesar do esforço de fortalecer a cooperação e a solidariedade, há divergências internas, especialmente quanto às questões relacionadas à guerra na Ucrânia e ao conflito no Oriente Médio. O Egito pressionou por uma menção à paz e à segurança na região, enquanto Rússia e China preferem evitar menções diretas às guerras em suas declarações diplomáticas.

O Brasil, comandando a organização nesta ocasião, mantém expectativas de avanços em alternativas econômicas ao dólar, especialmente diante das ameaças comerciais de Trump. Segundo autoridades brasileiras, não há discussão concreta sobre abandonar a moeda norte-americana, mas o desenvolvimento de sistemas de pagamento locais tem sido incentivado para facilitar o comércio entre as nações do bloco.

Participações e ausências importantes

O presidente chinês Xi Jinping, que visitou Brasília em novembro passado, não participará presencialmente da cúpula, mas deve participar por videoconferência. Vladimir Putin, da Rússia, que não participa de reuniões fora de seu país desde o início da guerra na Ucrânia, deve estar presente por vídeo. A ausência de ambos reflete as tensões internas e externas enfrentadas pelo grupo, que, desde sua criação em 2009, sofre com a falta de valores compartilhados além do status de grandes economias emergentes.

Apesar dessas dificuldades, o Brics busca consolidar sua atuação e mostrar uma postura coletiva mais forte na defesa do multilateralismo, sobretudo em um momento de maior polarização global e de enfrentamento comercial com os Estados Unidos.

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