A atriz Maria Zilda Bethlem Bastos, conhecida por seus papéis em grandes novelas da Rede Globo, está envolvida em um embate jurídico com a emissora, que se arrasta desde 2024. Com uma carreira repleta de sucessos que ultrapassam quatro décadas, a artista busca garantir seus direitos sobre os valores gerados pelas reprises e vendas das obras em que atuou.
A história de Maria Zilda e sua luta legal
Natural do Rio de Janeiro, Maria Zilda nasceu em 20 de outubro de 1951 e iniciou sua trajetória no teatro em 1972. Com o tempo, ela conquistou espaço na teledramaturgia brasileira, destacando-se em produções icônicas desde 1975, quando começou sua carreira na novela “Escalada”. Ao longo dos anos, a artista participou de diversas novelas, incluindo “Vereda Tropical”, “Selva de Pedra”, e “Êta Mundo Bom”, sendo reconhecida pelo seu talento e carisma.
Os problemas começaram a surgir quando, em 2024, Maria Zilda decidiu processar a Globo por não ter recebido um pagamento justo pela reexibição das novelas em que trabalhou. Em sua defesa, a emissora alega que todos os contratos assinados por Maria Zilda contemplam a utilização das obras – incluindo vendas e reprises. A Globo argumenta que a atriz já recebeu um valor total de R$ 218 mil entre 2018 e 2024, referentes a essas reexibições.
Divisão entre os artistas e a Globo
A luta de Maria Zilda não é uma questão isolada; muitos artistas enfrentam a mesma situação com a emissora. Em uma declaração ao portal F5, a atriz afirmou que a Globo se aproveita dos contratos para perpetuar uma lógica de apropriação indébita, desconsiderando o valor real do trabalho dos artistas nas reprises de suas obras. “Ela (Globo) se apossou dos meus sucessos antigos e segue lucrando com eles”, declarou Maria Zilda, enfatizando que as principais novelas em que atuou foram exibidas em um período sem streaming ou TV paga.
As alegações da Globo
Em resposta às alegações de Maria Zilda, a Globo descreve o processo como infundado e acusa a atriz de tentar “enriquecer ilicitamente”. A emissora também menciona que as obras audiovisuais teriam sido “ilicitamente licenciadas a terceiros”, e tal afirmação beira a má-fé. Essa tensão reflete um cenário mais amplo sobre contratos e remuneração na indústria de entretenimento.
A carreira de Maria Zilda
Com uma carreira tão extensa, a artista se destacou em produções significativas. Além das já citadas, Maria Zilda fez parte de projetos de sucesso como “Coração Alado” e “Bebê a Bordo”, e atuou em humorísticos clássicos como “TV Pirata”. Em 2000, Maria Zilda foi reconhecida com o Kikito de Ouro no Festival de Gramado, marcando sua contribuição ao cinema brasileiro.
A última vez que a atriz trabalhou na Rede Globo foi em 2016, na novela “Êta Mundo Bom”. Desde então, ela tem explorado outras oportunidades, como produções em canais por assinatura, incluindo a série “Magnífica 70”, da HBO, e “Chuteira Preta”. A atriz, que também tem uma vida pessoal rica com três casamentos e dois filhos, continua a ser uma figura respeitada no cenário artístico do Brasil.
O que o futuro reserva?
Com a batalha judicial ainda em andamento, muitos estão atentos ao desfecho desse caso, que pode influenciar as condições de trabalho e remuneração de artistas na televisão brasileira. A luta de Maria Zilda Bethlem não se trata apenas de uma compensação financeira, mas também de reconhecimento, respeito e valorização do trabalho de todos aqueles que dedicam suas vidas à arte.
O desfecho dessa disputa entre Maria Zilda e a Globo pode abrir precedentes importantes para o futuro das relações de trabalho entre artistas e emissoras, especialmente em um cenário em constante transformação, marcado pela crescente presença do streaming e novas plataformas de entretenimento.