A Copa do Mundo de Clubes, que está sendo realizada nos Estados Unidos, tem enfrentado desafios inesperados, especialmente em relação ao clima. Embora não tenha sido a intenção transformar este evento em um grande teste para o Mundial de 2026, a Fifa tem se deparado com interrupções causadas por tempestades de raios, o que já levanta questões sobre a segurança e logística do torneio a ser realizado em três países da América do Norte.
Interrupções devido a condições climáticas extremas
Nos últimos jogos, seis partidas foram paralisadas devido a alertas emitidos pelo Serviço de Meteorologia dos Estados Unidos. Confrontos como Chelsea x Benfica em Charlotte e Palmeiras x Al Ahly em Nova Jersey sofreram interrupções que exigiram que os jogadores e o público se retirassem das arquibancadas. O clima severo, que vai de tempestades elétricas a chuvas torrenciais, está se mostrando um desafio significativo para a organização do torneio.
Casos emblemáticos e críticas
Um dos incidentes mais notáveis ocorreu durante o jogo entre Chelsea e Benfica. A partida foi interrompida com o Chelsea liderando por 1 a 0 e houve uma paralisação de quase duas horas devido à ameaça de relâmpagos. Quando o jogo foi retomado, o Benfica conseguiu empatar, levando a partida para prorrogação, onde o Chelsea se destacou e venceu por 4 a 1. O técnico do Chelsea, Enzo Maresca, expressou sua frustração em relação à escolha das sedes e à interrupção, afirmando que “isso não é futebol”.
Protocolos de segurança rigorosos
O protocolo de segurança nos Estados Unidos é bastante severo e varia de acordo com a legislação de cada estado. A importância de tais medidas é real, dado que o país já registrou um número considerável de mortes por raios em anos anteriores. De acordo com dados disponíveis, até 2010, a média anual de fatalidades por choque elétrico decorrente de tempestades era de quase 80, mas em anos recentes, essa média caiu para apenas 13 fatalidades em 2022.
A Fifa planeja seguir rigorosamente os protocolos de segurança para o Mundial de 2026. Isso significa que a cada alerta de tempestade, o árbitro do jogo, em conjunto com a autoridade local, avaliará se a partida deve ser suspensa. A torcida e os atletas serão obrigados a deixar as arquibancadas até que seja declarado seguro retornar.
Previsões climáticas e impacto na logística
As previsões climáticas para os meses em que ocorrerá a Copa do Mundo de 2026 sugerem que as condições serão similares às que estamos vendo no torneio atual. A maioria das tempestades se concentrará entre o meio-dia e as 18h, horário em que muitos jogos estarão programados. Apenas Nova Jersey, que irá receber oito partidas do Mundial, incluindo a final, já demonstrou seus desafios. No entanto, outras cidades enfrentam um panorama semelhante.
A Flórida, conhecida como a ‘capital dos raios’ nos Estados Unidos, está equipada para receber sete partidas. Além disso, cidades como Atlanta, Houston e Dallas, que também têm altos índices de tempestades elétricas, possuem estádios cobertos, uma vantagem que pode beneficiar os organizadores e jogadores nessa nova configuração climática.
Ben Schott, chefe de operações do Serviço Nacional de Meteorologia dos EUA, afirmou que os eventos climáticos observados durante a Copa do Mundo de Clubes são típicos e que o próximo Mundial pode se deparar com desafios semelhantes. “O que vocês estão vendo agora é bem típico, nada disso é incomum”, destacou Schott.
Conclusão
À medida que a Copa do Mundo de Clubes se desenrola e se aproxima do seu final, a Fifa terá que considerar muito mais do que apenas o desempenho em campo. A segurança dos jogadores, torcedores e todos envolvidos no evento deve prevalecer, sobretudo quando se trata de fenômenos naturais imprevisíveis que se intensificam – potencialmente devido às mudanças climáticas. Com isso em mente, espera-se que as lições aprendidas neste torneio sejam cruciais para a organização do Mundial de 2026.