Brasil, 5 de julho de 2025
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PL busca defesa da derrubada de decreto do IOF no STF

O Partido Liberal (PL) recorreu ao STF em defesa da derrubada do decreto do IOF pelo Congresso Nacional.

A recente decisão do Congresso Nacional que derrubou os decretos que aumentaram as alíquotas do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) gerou um intenso debate político no Brasil. O Partido Liberal (PL), ligado ao ex-presidente Jair Bolsonaro, apresentou uma manifestação no Supremo Tribunal Federal (STF), inserindo-se como “amicus curiae” na Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADI) movida pelo Partido Socialismo e Liberdade (PSol). O PL defende a constitucionalidade da derrubada dessas alíquotas, que levantaram polêmicas e reações diversas no cenário político e econômico do país.

Contexto da derrubada dos decretos do IOF

Em uma votação histórica em 25 de junho, a Câmara dos Deputados e o Senado aprovaram a revogação dos decretos presidenciais que aumentaram o IOF, um ato que não acontecia há mais de 30 anos. A última revogação de um decreto presidencial pelo Congresso foi em 1992, durante o governo de Fernando Collor de Mello, quando uma alteração relacionada ao pagamento de precatórios foi contestada. A atual votação, que resultou em 383 votos a favor e 93 contra, reflete um momento de fragilidade do governo Lula, que viu a sua proposta de aumento do IOF ser derrubada em uma rápida sequência nas duas casas legislativas.

A posição do Partido Liberal

No documento apresentado ao STF, o PL argumenta que a ação do Congresso foi legítima e respeitou o princípio da separação dos Poderes. O partido enfatiza que o Legislativo teve um papel fiscalizador ao anular os atos do Executivo que, segundo eles, ultrapassaram o poder regulamentar. Os advogados do PL afirmam: “Ao contrário do que sustenta o PSol, é exatamente para se preservar o Princípio da Separação de Poderes que ao Poder Legislativo foi dado o dever de sustar Decretos do Poder Executivo que exorbitem o poder regulamentar”.

A manifestação do PL também critica a Ação Declaratória de Constitucionalidade (ADC) apresentada pela Advocacia-Geral da União (AGU), que busca validar os efeitos dos decretos de aumento do IOF. Os líderes do PL afirmam que o advogado-geral da União, Jorge Messias, admite que o aumento do IOF é de natureza arrecadatória, o que, segundo o partido, não justifica o uso de um decreto. “A própria AGU confessa que os Decretos presidenciais serviram para tentar alavancar as receitas, sem qualquer compromisso com a extrafiscalidade do tributo”, destacam os advogados da legenda.

A tramitação no STF

A questão está sob análise em três processos distintos no Supremo Tribunal Federal. O primeiro foi protocolado pelo próprio Partido Liberal antes da derrubada dos decretos, questionando o aumento das alíquotas do IOF. O segundo foi a ADI do PSol, que pede a suspensão da decisão do Congresso, e o terceiro é uma ADC da AGU, que busca validar a eficácia dos decretos presidenciais. Todos os processos estão sob a relatoria do ministro Alexandre de Moraes, que terá a tarefa de decidir sobre as contestações.

Esse cenário reflete uma disputa significativa entre os poderes Executivo e Legislativo, onde a questão do IOF se torna um ponto central na política econômica do país. A revisão do aumento do imposto demonstra as dificuldades enfrentadas pelo governo Lula em implementar sua agenda fiscal, evidenciando a resistência do Congresso em aceitar as medidas propostas pelo Executivo.

Implicações futuras

A desavença em torno do IOF irá além da decisão do Supremo. A maneira como essa situação será pautada nas próximas semanas poderá influenciar não apenas as relações de poder entre o Executivo e o Legislativo, mas também as expectativas do mercado quanto às políticas fiscais e tributárias do atual governo. O resultado dessa disputa tem implicações diretas para a arrecadação federal e a capacidade do governo em executar seus projetos, especialmente em um momento em que o Brasil enfrenta desafios econômicos significativos.

À medida que a questão prossegue no STF, as reações e decisões tomadas no tribunal serão seguidas de perto por analistas, políticos e cidadãos, que buscam entender qual o futuro das políticas fiscais brasileiras e a autonomia do Congresso e do Executivo em relação a temas financeiros essenciais.

O desenrolar dessa situação será fundamental para o entendimento das dinâmicas políticas atuais e poderá traçar o caminho para um possível fortalecimento ou enfraquecimento dos poderes constituídos no Brasil.

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