Nesta semana, Marjorie Taylor Greene, deputada republicana dos Estados Unidos, compartilhou uma imagem altamente problemástica e racialmente recorrente, que mostra a Estátua da Liberdade substituída por uma mulher com hijab, criticando a vitória da candidata muçulmana Zohran Mamdani nas primárias de Nova York. A publicação reacendeu debates sobre islamofobia na política americana.
Greene compartilha imagem islamofóbica após vitória de Mamdani
Na manhã de quarta-feira, pouco após Mamdani, um democrata muçulmano de origem indiana, derrotar o ex-governador Andrew Cuomo na eleição primária, Greene publicou uma foto gerada por inteligência artificial que mostra a Estátua da Liberdade substituída por uma mulher vestida com burca. A mensagem insinuava uma ameaça ao caráter laico e multicultural de Nova York, alimentando o discurso de ódio dirigido ao vencedor muçulmano.
“Você não é uma pessoa séria. Islamofobia é uma vergonha e antiamericana”, respondeu uma usuária. Outros cometeram ataques mais agressivos, como um comentário que disse: “Aposto que isso dói se você for estúpido”.
Reações e críticas à postagem de Greene
Repercussões negativas não tardaram a chegar, com diversos usuários condenando o ato de Greene. Um deles lembrou que “os pais fundadores eram imigrantes”, reforçando a diversidade na formação dos Estados Unidos. “Você é uma vergonha, uma pessoa patética”, escreveu outro internauta. Algumas pessoas até destacaram que Greene parecia estar, por um momento, se afastando de suas posições extremas ao discordar publicamente do presidente em relação à decisão de atacar o Irã.
“Sua islamofobia não é ousada, é patética. Você odeia o hijab, não o آiqlas”, comentou um usuário, enquanto outro acrescentou: “Estou triste porque outras religiões e raças ainda são assustadoras para vocês.” A ofensiva também incluiu comentários de que a postagem de Greene exponha claramente um racismo de “full display”.
Contexto da vitória de Mamdani e o impacto político
Zohran Mamdani, de 33 anos, nasceu em Uganda, de pais indianos, e atualmente representa um distrito no Queens na Assembleia de Nova York. Sua vitória nas primárias chamou atenção por desafiar figuras tradicionais, como Cuomo, e por ser vista como o início de uma potencial “tomada comunista” na política americana, segundo comentários de apoiadores republicanos, incluindo Donald Trump.
Apesar de Cuomo ter reconhecido a derrota e declarado que continuará na corrida pelo cargo por uma terceira via, a vitória de Mamdani reforça a tendência de uma diversidade crescente na política local de Nova York.
Islamofobia na política americana: uma questão ainda presente
A publicação de Greene gerou ampla condenação de lideranças e internautas, que ressaltaram a necessidade de enfrentar o racismo e a intolerância. A partir de debates nas redes sociais, muitos apontaram que a postura de Greene reflete o retrato de um país que ainda luta com discursos de ódio explícitos contra minorias religiosas e raciais.
“A islamofobia não é uma questão de liberdade de expressão, é uma discriminação inaceitável”, afirmou um especialista em direitos civis. Outros sugeriram que essa postura representa um retrocesso na luta por uma sociedade mais inclusiva e pluralista.
Próximos passos e o desafio da inclusão
Especialistas apontam que a retórica de figuras como Greene reforça a necessidade de maior sensibilização sobre diversidade e respeito às diferenças culturais e religiosas. O episódio evidencia o quanto ainda há trabalho a ser feito para promover uma sociedade mais tolerante, onde o racismo e a xenofobia tenham seu lugar restrito às minorias intolerantes.
Os conflitos nas redes sociais entre apoiadores e críticos da deputada continuam, sob a expectativa de que episódios como este sensibilizem a sociedade para questões de discriminação e preconceito que ainda persistem nos Estados Unidos.