Brasil, 4 de julho de 2025
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Marina Silva enfrenta insultos em audiência pública na Câmara

Ministra do Meio Ambiente é alvo de ofensas durante a discussão sobre temas ambientais na Comissão de Agricultura.

A ministra do Meio Ambiente e Mudança do Clima, Marina Silva, foi alvo de novos insultos por parte de parlamentares durante uma audiência pública realizada na Comissão de Agricultura, Pecuária, Abastecimento e Desenvolvimento Rural da Câmara dos Deputados, nesta quarta-feira (2). A convocação da ministra tinha como objetivo esclarecer questões ambientais, mas o que se viu foi um ataque político e pessoal contra sua atuação.

Um cenário de hostilidade

Na audiência, o deputado Evair de Melo (PP-ES), que integra a bancada ruralista e é um dos autores do requerimento que convocou Marina, fez uma comparação infeliz entre a ministra e grupos armados, como as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc) e o Hamas. Além disso, o deputado arregimentou uma retórica agressiva ao associar Marina à ideia de um câncer, uma declaração que ele mesmo reiterou: “Um dia, eu fiz uma citação aqui comparando com um câncer. Pedi desculpas depois, porque o câncer muitas vezes tem cura”, declarou, desferindo críticas pesadas de forma irônica.

A situação ficou ainda mais tensa quando, durante uma defesa vigorosa das ações do governo, o deputado Cabo Gilberto (PL-PB) exigiu que a ministra se acalmasse. Esta atitude foi prontamente rebatida por Marina, que qualificou a postura como machista, remetendo ao fato de que discursos enfáticos de homens raramente são criticados.

A perseverança em meio à adversidade

Este episódio é apenas um dos muitos que Marino Silva tem enfrentado desde que assumiu o cargo de ministra. Em maio, ela teve uma experiência similar em uma audiência na Comissão de Serviços de Infraestrutura do Senado, na qual foi insultada pelo senador Plínio Valério (PSDB-AM) que alegou que, como ministra, ela não merecia respeito. Embora o clima hostil tenha perdurado, a audiência desta quarta-feira se estendeu por mais de 5 horas e 30 minutos, o que demonstra a determinação da ministra em não se deixar abalar.

Em resposta às declarações de Evair de Melo, Marina Silva mencionou a presença de posturas autoritárias: “Eu sabia que depois do que aconteceu na Câmara Alta desse país, aqueles que gostam de abrir a porteira para o negacionismo, para a destruição do meio ambiente e para o machismo, achariam normal o que está acontecendo aqui, em um nível piorado”, destacou, deixando claro seu descontentamento com a falta de respeito.

“É preferível sofrer a injustiça do que praticar uma injustiça. E eu prefiro sofrer uma injustiça do que praticá-la. Se você pratica a injustiça, pode ter certeza que a reparação um dia virá. Isso me conforta”, concluiu a ministra, reafirmando sua resiliência diante das ofensas.

Resultados positivos em meio a críticas

Durante sua apresentação, a ministra não se esquivou de expor dados relevantes sobre os avanços no setor ambiental. Marina destacou a significativa redução do desmatamento no Brasil, que caiu 46% na Amazônia e 32% em todo o território nacional. Além disso, a ministra ressaltou o crescimento do agronegócio, que aumentou 15%, e a elevação da renda per capita em torno de 11%. Isso mostra que, apesar das dificuldades, a gestão ambiental pode coexistir com o crescimento econômico.

Assim, mesmo diante de hostilidades, a postura firme de Marina Silva em defender suas convicções e as políticas ambientais do governo reforça a importância de um diálogo respeitoso e produtivo no campo político. A necessidade de equilibrar desenvolvimento econômico e preservação ambiental é um tema central na atualidade, sendo cada vez mais urgente na agenda pública brasileira.

As agressões verbais e a desrespeito à figura feminina no ambiente político não podem ser ignorados, e o episódio envolvendo a ministra faz parte de um padrão preocupante que deve ser enfrentado com seriedade e compromisso por parte de todos os representantes da sociedade.

O Brasil, que já recuperou seu lugar como potência ambiental, precisa de líderes que possam se destacar pela competência e pela capacidade de promover o diálogo, e a resistência de Marina Silva pode ser vista como um exemplo de perseverança e dignidade em tempos difíceis.

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