Na próxima quarta-feira (2), a tradição voltará a ser celebrada em Salvador com o aguardado desfile dos “Encourados de Pedrão”, em homenagem ao Dia da Independência da Bahia. O evento, que deve reunir cerca de 300 participantes, começa às 13h, com um cortejo que vai da Praça Municipal até o Campo Grande, ilustrando a rica cultural baiana e a memória de seus heróis na luta pela liberdade.
Retorno das festividades e a luta por reconhecimento
A participação dos Encourados de Pedrão nas comemorações havia sido suspensa desde 2011, após questionamentos sobre o uso de cavalos no cortejo feitos por grupos de proteção animal. A recomendação do Ministério Público da Bahia (MP-BA) levou a uma nova abordagem por parte dos vaqueiros, que agora desfilarão a pé, reforçando sua conexão histórica e cultural com a tradição.
As palavras de um dos membros do grupo, Ademário Aboiador, ecoam a determinação dos vaqueiros em continuar a tradição: “A nossa decisão de aceitar participar a pé reafirma que o vaqueiro encourado não é só resistência; é também reinvenção, é cultura que se atualiza”, declarou. Ademário ainda pediu por uma nova autorização para a utilização de cavalos, assim como a tradição demanda.
O que os Encourados representam para a Bahia
Os Encourados de Pedrão foram um grupo fundamental na luta pela independência da Bahia, liderados por Frei Brayner no século XIX. Eles desempenharam um papel crucial na defesa das tropas brasileiras contra os portugueses. Desde 1993, Pedrão começou a homenagear este grupo com desfiles e celebrações que honram sua memória e resistência.
Anderson Maia, presidente do grupo, enfatiza a importância de continuar promovendo a cultura vaqueira. “Esta forma que a gente está aqui é para mostrar que estamos vivos e lutando para manter a cultura do vaqueiro”, afirmou, indicando um diálogo em andamento com o MP-BA sobre a eventual reintegração dos cavalos às festividades.
Programação cultural e educativa em Pedrão
Além do desfile em Salvador, os Encourados de Pedrão também estarão presentes em uma programação especial prevista para o dia 4 de julho em seu município natal. O evento, intitulado “Bahia: Memórias de Lutas e Liberdade”, se inicia às 10h e abrange debates, exposições e apresentações culturais que relembram as lutas pela independência brasileira.
Sandro Magalhães, dirigente da Fundação Pedro Calmon, destaca que esta celebração é vital para a disseminação da história baiana, especialmente entre os jovens estudantes. “É importante que possamos disseminar essa história para preservar a memória”, disse Sandro, ressaltando a relevância desses eventos na formação da identidade cultural dos baianos.
A programação em Pedrão inclui:
- Abertura com Neto do Berrante (Encourados de Pedrão)
- Mesa institucional com autoridades locais
- Apresentações culturais de integrantes do grupo
- Debates sobre o processo de Independência do Brasil na Bahia
- Encerramento com apresentação de Neto do Berrante
Esta série de eventos, que já percorreu diversos municípios baianos, culmina em Pedrão, onde o povo se reunirá para celebrar a coragem e a resistência dos vaqueiros. O legado dos Encourados de Pedrão é um testemunho da luta pela liberdade e pela identidade cultural baiana, expressando a esperança de um futuro que respeita e valoriza suas tradições.
Assim, a participação dos Encourados de Pedrão não é apenas uma honra ao passado, mas um chamado ao presente e uma afirmação de que a cultura e a resistência continuam vivas entre os baianos. É um lembrete de que as tradições não apenas sustentam a identidade de um povo, mas também moldam o futuro.
Não deixe de conferir a programação completa e participar desta festa em homenagem à história baiana, que honra os que lutaram pela liberdade e criaram um legado cultural inestimável.
