Brasil, 4 de julho de 2025
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Dólar cai para R$ 5,42, menor valor desde agosto de 2022

O dólar comercial encerrou quarta-feira (2) em R$ 5,4191, refletindo fatores internacionais e domésticos que fortalecem o real em 2025

O dólar comercial fechou nesta quarta-feira (2) cotado a R$ 5,4191 na venda, uma queda de 0,77% em relação ao dia anterior. Essa é a menor cotação desde 19 de agosto do ano passado, quando o valor foi de R$ 5,4134. No acumulado de 2025, o dólar apresenta uma desvalorização de 12,30% frente ao real.

Fatores internacionais impulsionam a valorização do real

A queda do dólar reflete uma combinação de fatores globais e internos. No cenário externo, dados mais fracos do mercado de trabalho dos Estados Unidos aumentaram as expectativas de que o Federal Reserve poderá reduzir as taxas de juros ainda neste ano, possivelmente a partir de setembro. Atualmente, as taxas estão entre 4,25% e 4,50% ao ano.

O fortalecimento do real também foi influenciado pela retração do índice DXY, que mede a força do dólar frente a uma cesta de seis moedas fortes. Às 17h, o índice recuava 0,05%, aos 96.773 pontos, acumulando uma queda de 10,7% em 2025. Esse movimento é atribuído às incertezas econômicas nos Estados Unidos e às tensões na guerra tarifária iniciada pelo ex-presidente Donald Trump.

A retomada das negociações comerciais entre os EUA e parceiros, como o Canadá, após a suspensão de tarifas sobre empresas de tecnologia, reforçou o apetite por ativos de países emergentes, beneficiando o real.

Condições internas favorecem a valorização do real

No Brasil, o Congresso derrubou um decreto que previa o aumento do IOF (Imposto sobre Operações Financeiras), o que, segundo analistas, evitaria uma arrecadação de R$ 10 bilhões. A decisão foi bem recebida pelo mercado por diminuir a carga tributária sobre transações financeiras.

Outro elemento que sustenta a valorização do real é a taxa Selic, mantida em 15% ao ano. Essa taxa estimula operações de carry trade, atraindo investimento estrangeiro ao país. Além disso, a alta de commodities como minério de ferro, impulsionada pelo mercado chinês, e o petróleo Brent reforçam o fluxo de dólares para o Brasil.

Às 17h04, o dólar futuro para agosto, o contrato mais negociado na B3, caiu 0,63%, valendo R$ 5,4585, refletindo também a liquidez elevada no mercado cambial.

Perspectivas e desafios fiscais

Apesar do otimismo com a valorização do real, as incertezas fiscais permanecem no radar. O déficit estimado em mais de R$ 60 bilhões para 2025 pode limitar a força do real no longo prazo. Instituições financeiras como Itaú Unibanco, BTG Pactual e MCM 4intelligence projetam que o dólar pode fechar o ano entre R$ 5,70 e R$ 5,80.

Impacto no mercado de ações e na inflação

O Ibovespa, principal índice da bolsa brasileira, encerrou em baixa de 0,36%, aos 139.050 pontos, embora as ações da Petrobras (+2,34%) e da Vale (+3,75%) tenham contribuído parcialmente para a recuperação. A valorização do real tende a aliviar pressões inflacionárias, o que ficou evidente na prévia do IGPM de junho, que apontou uma deflação de 0,97%.

Investidores continuam atentos às negociações comerciais entre os EUA e seus parceiros, além das expectativas de redução de juros pelo Federal Reserve, que até o dia 9 de julho seguem em foco.

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