Desde 2015, ano em que o casamento igualitário foi alcançado em todo território dos Estados Unidos, a participação de empresas em eventos e campanhas de Pride passou por transformações significativas. Enquanto algumas mantêm compromisso genuíno, outras parecemRetroceder, refletindo uma mudança no cenário cultural e político.
De 2015 a 2025: a evolução do envolvimento corporativo na Pride
Ano de ouro: campanhas autênticas e apoio público
Em 2015, marcas como Target investiram em campanhas marcantes, como o projeto #TakePride, com vídeos e mensagens de afirmação. Target declarou que “pride não é apenas em junho, é um compromisso o ano todo”, demonstrando uma postura de apoio verdadeiro à comunidade LGBTQ+. A loja de varejo também apoiou Pride em suas lojas físicas e contou com o reconhecimento de ser uma patrocinadora “platina” da parada de Nova York.
Outra gigante, Tesla, revelou seu lado mais político ao marcar a Pride com o carro rainbow S Model, simbolizando a defesa da igualdade sem exceções. Já o Facebook, na época, promovia filtros com arco-íris e celebrava a decisão do Supremo American, com celebridades apoiando a causa.
O que mudou até 2025: sinais de distanciamento
Passados dez anos, a presença e o apoio das empresas parecem ter reavaliado suas ações. Target, por exemplo, decidiu reduzir a visibilidade de suas coleções de Pride nas redes sociais e nas lojas físicas, apesar de continuar apoiando o evento em Nova York. A Tesla, sob Elon Musk, abandonou completamente suas ações públicas na Pride, com Musk criticando o que chama de “woke” nas redes sociais.
No âmbito das redes sociais, o Facebook deixou de promover os filtros comemorativos, e o Google, que em 2015 usava busca de arco-íris e campanhas de diversidade, hoje faz celebrações mais sutis, como o doodle de 2025 dedicado ao hyperpop, refletindo uma mudança na abordagem e na prioridade da marca.
Ausências de apoio e mudança de estratégias em grandes marcas
Programas e eventos que eram tradicionais, como o Pride em St. Louis patrocinado por Bud Light, tiveram seu apoio retirado, marcando uma mudança de postura de longo prazo. Ao mesmo tempo, empresas como Coca-Cola continuam promovendo merchandising e apoiando eventos em cidades como Nova York e Los Angeles, mas sem o mesmo destaque de outros tempos.
Na cena da beleza, MAC Cosmetics se mantém ativo com parcerias como a com Kim Petras, e a Nivea reforça sua parceria com PFLAG, evidenciando apoio contínuo, embora de forma mais discreta.
Contradições e possíveis sinais de esgotamento do engajamento
Cada vez mais, o relato de apoio das corporações parece ser marcado por ações pontuais ou por um distanciamento no calendário digital, como a perda de destaque de campanhas anuais ou o cancelamento de iniciativas que outrora eram consideradas explícitas. Essa mudança pode refletir uma cultura corporativa mais cautelosa diante de debates políticos e sociais mais acirrados atualmente.
O que esperar do futuro do apoio corporativo na Pride
Apesar das dificuldades e de sinais de regressão, marcas de peso ainda participam de Pride ou mantêm ações de diversidade. A questão central é se essa participação continuará sendo uma expressão de compromisso verdadeiro ou apenas estratégias de marketing de curto prazo. As próximas ações das empresas vão indicar se a evolução do apoio à comunidade LGBTQ+ continua ou se estamos diante de um momento de perda de representatividade.
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