No início de Wimbledon, o calor extremo tem sido uma preocupação central para os atletas. A diretora executiva do torneio, Sally Bolton, afirmou que a organização “está absolutamente pronta para isso”, representando um desafio a mais em um torneio tradicionalmente marcado por um clima mais frio e úmido. Este verão europeu, com temperaturas elevadas, aponta para uma temporada que exigirá não apenas habilidade, mas também muita adaptação por parte dos jogadores.
O estresse pelo calor e a saúde dos jogadores
Wimbledon, frequentemente um torneio vivido sob condições climáticas amenas, agora se vê diante de um novo protocolo que será acionado caso a temperatura suba acima dos 30 graus Celsius. Este índice de estresse por calor considera temperatura do ar, umidade e outras variáveis que influenciam a saúde e o desempenho dos atletas. Com leituras monitoradas a cada 30 minutos, a regra permite um intervalo de dez minutos entre os sets quando as temperaturas são insuportáveis.
Além dos jogadores, os gandulas também estão sendo protegidos durante a competição. Bolton mencionou que eles têm acesso a cachecóis de resfriamento para enfrentar o calor. Com os desafios da temperatura, a saúde dos participantes se torna uma prioridade, e a organização parece estar um passo à frente para assegurar bem-estar nas quadras.
Desvendando a grama: uma superfície traiçoeira
O piso de grama é, por si só, um dos maiores desafios do tênis. Embora a superfície única ofereça um espetáculo visual, os atletas frequentemente a descrevem como “traiçoeira”, exigindo a reinvenção das estratégias de jogo. Lucas Pouille, ex-número 10 do mundo, explicou que a manutenção da grama é complexa e por isso poucos países têm torneios na superfície.
Atletas como a atual número 4 do mundo, Iga Swiatek, compartilham suas dificuldades ao se adaptar à grama após uma sequência de partidas em saibro. Com a mudança brusca de superfície, muitos tenistas têm apenas alguns dias para ajustar suas táticas, uma vez que o circuito na grama começa logo após Roland Garros. Coco Gauff, por exemplo, destacou a necessidade de adaptação rápida, já que “chegamos à grama e temos 13 dias para mudar tudo”.
Ajustes táticos e físicos necessários
A adaptação ao jogo na grama vai além de apenas mudanças nas táticas. O francês Arthur Rinderknech ressaltou que a grama “exige menos cardio, mas mais músculo”, tornando os ralis mais curtos e as partidas mais rápidas. Essa característica requer que os jogadores mantenham um nível elevado de concentração, um aspecto muitas vezes negligenciado no saibro, onde os rallies são mais longos.
Carlos Alcaraz, atual campeão de Wimbledon, mencionou que sua experiência prévia em torneios de grama ajudou-o a adaptar-se rapidamente ao jogo. Ele descreveu sua relação com a superfície como mágica, afirmando: “Depois que você sabe como se movimentar, é como voar.” Essa paixão e habilidade para se adaptar rapidamente à grama podem ser determinantes em sua busca pela defesa do título.
Expectativas para o torneio
À medida que o torneio avança, a combinação do calor escaldante e a complexidade da grama vai intensificando a competição. Jogadores poderão enfrentar não apenas adversários em quadra, mas também os próprios desafios impostos pelas condições ambientais. Com cada partida, as adaptações se tornam mais cruciais, e os atletas devem estar preparados para inovar suas estratégias à medida que as exigências de Wimbledon se desdobram.
Neste contexto, Wimbledon 2025 promete ser uma edição memorável, destacando a resiliência e a habilidade daqueles que buscam a glória nas quadras de grama. As emoções prometem ser altas, com cada jogada culminando não apenas em vitórias, mas também em aprendizados que ecoarão nas futuras gerações de tenistas.
