Brasil, 2 de julho de 2025
BroadCast DO POVO. Serviço de notícias para veículos de comunicação com disponibilzação de conteúdo.
Publicidade
Publicidade

Wajngarten nega obstrução em investigação sobre golpe

O ex-secretário Fábio Wajngarten se defende de acusações e fala sobre seu contato com a família de Mauro Cid em depoimento à PF.

O ex-secretário de comunicação do governo Jair Bolsonaro (PL), Fábio Wajngarten, prestou depoimento à Polícia Federal (PF) em São Paulo, nesta terça-feira, onde negou qualquer envolvimento em ações que possam ter atrapalhado as investigações sobre a suposta trama golpista. O testemunho foi realizado de forma simultânea ao de advogados de réus envolvidos no caso, levantando questões sobre a relação de Wajngarten com a família do tenente-coronel Mauro Cid, que está colaborando com a Justiça através de um acordo de delação premiada.

Contato com a família de Mauro Cid

Em sua declaração, Wajngarten alegou que sua única interação recente com a família de Mauro Cid foi quando o general Lorena Cid o procurou para inscrever uma de suas netas em uma competição de hipismo, em agosto de 2023. Ele explicou que ligou para Paulo Bueno, responsável pela inscrição, e que, por uma feliz coincidência, a criança venceu o campeonato.

“Fui demandado pelo general Lorena Cid para inscrever a neta numa competição de hipismo em São Paulo. Eu telefonei para o Paulo Bueno e ele procedeu com a inscrição da Giovana, a filha mais velha”, detalhou Wajngarten, ressaltando que o episódio não teve relação com a delação de Cid.

A defesa e as acusações de intimidação

O ex-secretário refutou veementemente qualquer sugestão de que ele pudesse estar tentando obstruir as investigações. “Em hipótese alguma houve tentativa de desorganizar, de tumultuar, de atrapalhar qualquer investigação”, afirmou, anunciando que considera a possibilidade de entrar com uma ação de denunciação caluniosa contra aqueles que tentam intimidar sua defesa.

Além da negativa de Wajngarten, na mesma audiência, outros advogados de réus, como Paulo Amador da Cunha Bueno e Eduardo Kuntz, foram ouvidos pela PF. O advogado Bueno deixou o local cerca de 40 minutos após o horário marcado, enquanto Wajngarten permaneceu por mais de duas horas prestando esclarecimentos, e Kuntz seguia na PF até o fim da tarde.

Situação de Mauro Cid e os desdobramentos da delação

Eduardo Kuntz, advogado do coronel Marcelo Câmara, foi apontado por ter mantido conversas com Mauro Cid via Instagram a respeito da delação, potencialmente violando os termos de sigilo acordados. Kuntz já havia revelado ao Supremo Tribunal Federal (STF) que os diálogos ocorreram em uma conta do Instagram associada ao delator, o que pode gerar complicações adicionais para a defesa de Bolsonaro.

A defesa de Cid argumenta que a interação nas redes sociais comprometeu o sigilo da delação e, consequentemente, sua validade. Em um interrogatório anterior, Cid negou ter compartilhado detalhes de sua delação com outras pessoas. Com isso, os advogados buscam desfazer o acordo de colaboração premiada e todas as evidências vinculadas a ele.

Investigações em andamento

As investigações estão sendo conduzidas com celeridade. O STF já atendeu a pedidos de investigação e, conforme um dos advogados, verificou-se que houve tentativas de contato com Mauro Cid por pessoas vinculadas à defesa de Bolsonaro, incluindo tentativas de aproximação com familiares, o que levantou ainda mais suspeitas sobre uma possível obstrução de Justiça.

“Cercaram-na no sentido de demover a defesa então constituída por Mauro Cid”, informou a defesa ao ministro Alexandre de Moraes. O processo judicial avança, e o Supremo estabeleceu um prazo de 45 dias para alegações finais, com expectativa de que o julgamento do ex-presidente ocorra entre o fim de agosto e início de setembro.

Com a pressão sobre os envolvidos na trama golpista aumentando, Wajngarten continuará sua defesa e busca por esclarecer sua suposta inocência nas alegações que lhe foram atribuídas.

O desenrolar dos eventos promete ser intenso, à medida que novos detalhes surgem e mais envolvidos são interrogados em relação aos atos que comprometem a democracia e a legalidade do processo eleitoral.

PUBLICIDADE

Institucional

Anunciantes