Brasil, 3 de julho de 2025
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Suprema Corte dos EUA decide a favor de pais religiosos contra livros LGBTQ+

Decisão favorece pais que querem excluir livros com temas LGBTQ+ do currículo escolar, gerando impacto nacional e debates sobre liberdade religiosa

A Suprema Corte dos Estados Unidos decidiu, na última sexta-feira (22), por 6 votos a 3, que um grupo de pais religiosos pode optar por retirar seus filhos de aulas que utilizam livros com temas LGBTQ+. A decisão marca um momento importante na política educacional do país e deve reverberar por todo o território americano.

Repercussões da decisão no sistema educacional americano

Na análise do caso Mahmoud v. Taylor, um grupo de pais de diversas religiões, incluindo católicos e muçulmanos, processou a Secretaria de Educação do condado de Montgomery, Maryland, após a remoção de uma política que permitia a esses pais o direito de retirar os filhos de aulas que abordavam personagens LGBTQ+. Os pais alegaram que a mudança violava sua liberdade religiosa de transmitir seus valores às crianças.

Decisão da Suprema Corte e argumentos favoráveis

Na opinião redigida pelo juiz Samuel Alito, a maioria afirmou que os pais têm direito a uma liminar contra a nova política, pois ela unicamente causa um ônus indevido às suas práticas religiosas. “Os pais têm o direito de orientar a educação religiosa de seus filhos”, escreveu Alito. A corte também discordou da avaliação de que os argumentos dos pais eram frágeis, reforçando a ideia de que a liberdade religiosa deve ser preservada no âmbito escolar.

Críticas e controvérsias na decisão

Por outro lado, a juíza Sonia Sotomayor manifestou forte discordância, alertando que a decisão pode afetar especialmente escolas de áreas com recursos limitados, que podem ser obrigadas a censurar conteúdos educativos para evitar conflitos religiosos. “A sentença dá a certos pais uma veto sobre o que é ensinado, prejudicando a autonomia escolar local”, afirmou ela.

Aadvogada Deborah Jeon, da União Americana pelas Liberdades Civis de Maryland, criticou a decisão, apontando que ela perpetua uma divisão social, ao permitir que um grupo de pais bloqueie a inclusão de materiais relacionados a diversidade no currículo escolar.

Histórico de decisões conservadoras na Suprema Corte

Nos últimos anos, a Suprema Corte tem favorecido casos que defendem a liberdade religiosa em detrimento de legislações antidiscriminatórias. Casos marcantes incluem o do treinador de futebol americano demitido por orar em campo e o designer de sites que se recusou a criar casamentos gays. As decisões têm alimentado debates sobre o limite entre liberdade religiosa e direitos deminoridades.

Impacto na política educacional dos estados

Estados controlados pelo Partido Republicano têm intensificado esforços para inserir elementos religiosos nas escolas públicas, incluindo projetos de lei que propõem exibir os Dez Mandamentos ou implementar currículos baseados na Bíblia. Além disso, há um movimento crescente de legislações que restringem o acesso a livros com temas LGBTQ+, sob o argumento de proteger opiniões religiosas.

Especialistas alertam que tais ações podem limitar o acesso de estudantes a temas importantes de diversidade e inclusão, agravando a polarização social predominante no país.

Perspectivas futuras

Analistas preveem que a decisão da Suprema Corte pode abrir precedentes para novas ações semelhantes em diferentes estados, além de estimular leis que reforcem direitos religiosos em detrimento dos direitos civis. A batalha pelo controle do conteúdo escolar e pela liberdade de expressão em sala de aula permanece acirrada na política americana.

Por ora, o impacto dessa decisão ainda será avaliado por escolas, famílias e ativistas de direitos civis, que observam atentamente os desdobramentos na elaboração de futuras políticas públicas.

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