Brasil, 1 de julho de 2025
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Mota alerta governo sobre crise do IOF e postura de confronto no Congresso

Hugo Motta avisa que falta diálogo e critica atuação do governo na crise do IOF, enquanto mantém postura de confronto com o Congresso

Após a derrubada do decreto que aumentava as alíquotas do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) no Congresso, o presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), reforçou nesta segunda-feira (1º) a postura de confrontamento do governo federal. Motta alertou que o governo está indo na direção errada ao manter uma estratégia de embate, sem buscar um diálogo efetivo para solucionar a crise fiscal gerada pela decisão parlamentar. Ele também rejeitou o risco de judicializar o caso, avisando que essa medida pode agravar ainda mais a crise política.

Motta reforça postura de enfrentamento na crise do IOF

Em vídeo publicado ontem nas redes sociais, Motta reiterou que já havia alertado o governo sobre as dificuldades de aprovar a elevação do IOF no Parlamento. “Capitão que vê o barco indo em direção ao iceberg e não avisa, não é leal, é cúmplice”, afirmou o parlamentar, referindo-se à ameaça de agravamento da crise fiscal e política causada pela decisão do Congresso.

Segundo ele, o Ministério da Fazenda previa uma arrecadação de R$ 10 bilhões neste ano com a medida, sendo R$ 20 bilhões em 2026, recursos considerados essenciais para evitar um maior congelamento de gastos públicos, que hoje atingem R$ 31,3 bilhões.

Ccrise fiscal e relação entre Executivo e Legislativo

A decisão do Congresso de derrubar o decreto que elevava as alíquotas do IOF agravou a crise fiscal e tensionou ainda mais a relação entre os poderes Executivo e Legislativo. Motta afirmou que a postura do governo de ignorar medidas aprovadas pelo Legislativo e adotar uma estratégia de judicialização pode aumentar a ingrainedibilidade, além de reforçar uma crise institucional. “O presidente de qualquer Poder não pode servir a um partido, tem que servir ao seu país”, afirmou.

Ele destacou ainda que o governo deve priorizar a redução de gastos e o equilíbrio fiscal, apontando que essa é uma medida inevitável, conforme análises de especialistas.

Risco de judicialização e impacto político

O parlamentar alertou que seguir com uma ação direta no Supremo Tribunal Federal (STF) contra a decisão do Congresso, iniciativa que o PSOL já ingressou, representa uma tentativa de enfraquecer a relação com o Parlamento e pode levar à ingovernabilidade. “O gesto será visto como enfrentamento e só levará o Congresso a querer dobrar a aposta nos embates com o Planalto”, afirmou.

De acordo com ele, a judicialização do caso pode reforçar uma narrativa de conflito institucional sem a resolução do problema fiscal, o que preocupa o governo e analistas políticos, especialmente diante do cenário de crescente insatisfação entre parlamentares com a gestão Lula.

Diálogo e perspectivas futuras

Nomes como Gleisi Hoffmann, líder do PT, tentam costurar uma retomada do diálogo com o Centrão e o Congresso, buscando saídas que não envolvam o confronto constante. Algumas lideranças do chamado Centrão já indicam disposição em “virar a página” e dialogar, desde que o governo comprometa-se com medidas de ajuste fiscal.

Enquanto isso, Motta participou ontem de um jantar na casa do ex-governador de São Paulo, João Doria, ao lado de empresários, o que gerou repercussão no Planalto e entre aliados do governo. Doria afirmou que “o empresariado aplaude” a postura em defesa do fortalecimento do Parlamento.

As constantes tensões entre governo e Congresso indicam que o cenário político ainda deve permanecer instável nas próximas semanas, com a possibilidade de novas ações e tentativas de diálogo para evitar um aprofundamento da crise fiscal e institucional no país.

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