No cenário político brasileiro, as investigações em torno da delação premiada do tenente-coronel Mauro Cid ganham novos contornos. Recentemente, o advogado do ex-assessor, Igor Bueno, fez uma petição ao Supremo Tribunal Federal (STF) solicitando a dispensa de seu depoimento. No entanto, o ministro Alexandre de Moraes negou o pedido, afirmando que não cabe ao requerente escolher a forma do ato investigativo.
A condução das investigações por Moraes
A negativa de Moraes ocorreu na última segunda-feira, quando Bueno apresentou sua argumentação ao STF. O advogado alegou que não tentou obter informações sobre a delação de Cid, tampouco buscou assumir sua defesa. No entanto, Moraes deixou claro que o depoimento era necessário, levando em conta as recentes denúncias de abordagens feitas por Bueno e Fabio Wajngarten, ex-assessor de Bolsonaro, à família de Mauro Cid.
Contexto da investigação
Essas investigações se inserem em um inquérito que está analisando supostas tentativas de interferência nas declarações do tenente-coronel. Segundo informações, o ex-assessor presidencial Marcelo Câmaro e o advogado Eduardo Kuntz estão sendo investigados por este motivo. A situação se torna ainda mais delicada à medida que novos detalhes surgem, evidenciando uma possível trama que envolve figuras de relevância política no Brasil.
Abordagens à família de Mauro Cid
Na semana passada, a mãe de Mauro Cid, Agnes Barbosa Cid, relatou em depoimento escrito ao STF que foi abordada por Kuntz e Bueno durante uma competição de hipismo em São Paulo, onde sua neta também participava. Segundo Agnes, a abordagem a deixou tensa, pois não compreendia a razão do interesse dos advogados. Embora tenha mencionado que não se discutiu a delação, os advogados se ofereceram para defender Cid, o que gerou inquietação na família.
Reações de Bueno
Em resposta a essas alegações, Bueno confirmou a ocasião do encontro em agosto de 2023, mas descreveu-o como “casual e breve”. O advogado explicou que Agnes o procurou para agradecer pela ajuda em inscrever sua neta na competição de hipismo, e que a conversa se limitou a elogios à performance da jovem. Ele enfatizou que o encontro não teve outros conteúdos e que não houve menção à delação em questão, que apenas seria homologada no mês seguinte.
“O encontro foi bastante breve, amistoso e absolutamente protocolar, dividindo o agradecimento da Sra. Agnes com os cumprimentos do peticionário pela importante conquista da jovem amazona”, afirmou Bueno, defendendo que a conversa não ultrapassou questões comuns entre conhecidos.
A ética envolvida na defesa
O advogado ainda ressaltou que não buscou assumir a defesa de Cid porque considera tal ato imoral e antiético. Afirmou que sua conduta sempre foi transparente e que a atuação em casos como o de Cid deve seguir rigorosos princípios éticos e legais.
Diante do quadro apresentado, as implicações políticas e jurídicas desse caso seguem em desenvolvimento, e o andamento das investigações é aguardado com expectativa tanto pela sociedade quanto pelos envolvidos diretamente. A postura do STF também revela a seriedade com que a Corte trata os casos que envolvem figuras públicas e possíveis tentativas de obstrução da justiça.
O desenrolar desse caso, e a condução das investigações por parte de Moraes, permanecem em foco na mídia e nas discussões políticas, refletindo um momento crítico no cenário político brasileiro.