Nesta terça-feira (1º), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva oficializou o lançamento do Plano Safra 2025/2026, disponibilizando R$ 516,2 bilhões para o financiamento da agricultura e pecuária empresariais no país. O montante representa um incremento de R$ 8 bilhões em relação à safra anterior e contempla linhas de crédito destinadas a grandes produtores, cooperativas e produtores enquadrados no Pronamp.
Crédito para o setor produtivo e ações sustentáveis
Do total anunciado, R$ 447 bilhões serão destinados ao apoio de grandes produtores rurais e cooperativas, enquanto R$ 69,1 bilhões ficarão com os agricultores do Pronamp, programa voltado ao médio produtor rural. Segundo o governo, as condições de financiamento variam conforme o perfil do beneficiário, incluindo operações de custeio, comercialização e investimento, com taxas de juros entre 8,5% e 14% ao ano.
Além do financiamento tradicional, o Plano Safra reforça o compromisso com a preservação ambiental ao permitir o uso de crédito para a produção de sementes e mudas de espécies nativas ou exóticas, reflorestamento e culturas de cobertura, que ajudam na conservação do solo entre os ciclos agrícolas.
Sustentabilidade e inovação no campo
Durante o lançamento, o presidente Lula destacou que a produtividade do Brasil está diretamente ligada à preservação do meio ambiente. “Valorizar a recuperação de áreas degradadas, rios e mananciais permite produzir mais em menos hectares”, afirmou, lembrando que o país ainda possui cerca de 40 milhões de hectares de terras degradadas.
O pacote também prevê a prorrogação, até 30 de junho de 2026, do desconto de 0,5 ponto percentual na taxa de juros para operações de crédito rural de custeio, beneficiando produtores do Pronamp e aqueles que investem em práticas sustentáveis, respeitando limites definidos pelas instituições financeiras.
Reforços às práticas sustentáveis e modernização
O crédito de custeio agrícola passa a exigir recomendações do Zoneamento Agrícola de Risco Climático (Zarc), que identifica áreas com menor risco de perdas por eventos climáticos adversos. Essa medida visa garantir maior segurança e sustentabilidade na produção.
Outro destaque é a ampliação do subprograma RenovAgro Ambiental, que passa a incluir ações de prevenção e combate a incêndios rurais, além de possibilitar o uso de recursos para aquisição de caminhões-pipa, mudas de espécies nativas e recuperação de áreas de preservação permanente.
Novidades e ampliação de linhas de crédito
O limite de renda para enquadramento no Pronamp foi elevado de R$ 3 milhões para R$ 3,5 milhões anuais, facilitando o acesso às condições especiais do programa. Além disso, o financiamento de rações, suplementos e medicamentos poderá ser feito até 180 dias antes da contratação formal do crédito, oferecendo maior flexibilidade para os produtores.
O Plano Safra também promove a unificação dos programas de modernização e inovação tecnológica, o ModerAgro e o InovAgro, aumentando o limite para investimentos em granjas, além de ampliar a capacidade de armazenagem de produtos rurais de 6 mil para 12 mil toneladas por projeto.
Facilidade na renegociação de dívidas e apoio à agricultura familiar
Medidas adicionais incluem a ampliação das possibilidades de renegociação de dívidas para produtores com dificuldades financeiras, promovendo maior estabilidade no setor.
Na mesma linha, o presidente Lula anunciou, em 30 de junho, o Plano Safra da Agricultura Familiar, com R$ 89 bilhões em recursos e condições de juros menores para pequenos agricultores, reforçando o compromisso com a produção de alimentos, inovação e práticas sustentáveis na agricultura familiar.
Para mais informações, acesse o site da Agência Brasil.
