O presidente Luiz Inácio Lula da Silva criticou nesta terça-feira (1º/7) a condução da política monetária pelo Banco Central, em especial a manutenção da taxa Selic em 15% ao ano. Lula afirmou que o atual presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo, está “comendo o prato que recebeu” de Roberto Campos Neto, seu antecessor.
Lula revisa postura sobre juros altos e expectativa de redução
Durante o lançamento do Plano Safra 2025/2026, Lula declarou que “não se conforma com a taxa de juros a 15%”, mas que o aumento já estava definido antes de sua gestão. “O [Gabriel] Galípolo está comendo o prato que ele recebeu. Não teve nem tempo de trocar de comida. Mas certamente vai trocar, porque o dólar começou a baixar, a inflação está controlada”, afirmou o presidente.
Atualmente, a taxa básica de juros do país, a Selic, está em 15% ao ano, após o Comitê de Política Monetária (Copom) promover a sétima alta consecutiva desde setembro de 2024, ciclo que teve início com o objetivo de conter a inflação. Apesar disso, o Copom indicou que esse ciclo de altas deve chegar ao fim.
Entenda a situação dos juros no Brasil
- A taxa Selic é o principal instrumento de controle da inflação no país.
- Quando elevada, a tendência é que o consumo e os investimentos desacelerem, ajudando a conter a alta de preços.
- Dados atuais indicam que o mercado duvida de uma redução da Selic abaixo de dois dígitos durante o mandato de Lula e com Galípolo na presidência do BC.
- A próxima reunião do Copom está prevista para os dias 29 e 30 de julho, quando deverá ser avaliada uma possível pausa na elevação dos juros.
Reação do governo e perspectivas
Nessa segunda (30/6), Lula já havia saído em defesa de Galípolo, afirmando que ele é “muito sério” e que “as coisas vão ser corrigidas com o tempo”. No entanto, ministros do governo têm feito críticas mais contundentes, alegando que a política de juros alta prejudica a economia.
Segundo analistas financeiros, a expectativa é de que a taxa Selic permaneça em 15% ao ano até o final do governo Lula, com projeções para 2026 de uma redução gradual para 12,5%, chegando a cerca de 10,5% em 2027 e 10% em 2028, conforme o relatório Focus.
Ações do Banco Central e impacto econômico
A decisão do Copom de aumentar a taxa de juros de 14,75% para 15% ocorreu em uma tentativa de manter a economia resiliente diante de dificuldades para atingir a meta inflacionária. A maioria dos analistas acredita que não haverá novas altas nos juros neste ciclo.
O aumento da Selic é considerado um movimento para controlar a inflação, embora atualmente ela seja influenciada principalmente pelos preços dos alimentos, uma das principais preocupações do governo Lula.
Com a maior taxa desde julho de 2006 (14,75%), a cúpula do Banco Central justificou a decisão alegando que a economia ainda apresenta resistência, dificultando a convergência da inflação à meta desejada.
Impactos futuros
As projeções indicam que, ao longo dos próximos anos, a taxa Selic deverá baixar, mas permanecerá em patamares elevados por algum tempo: 12,5% em 2026, 10,5% em 2027 e 10% em 2028. Isso mostra uma continuidade na política de juros altos, em um esforço para estabilizar a inflação e evitar um rebote econômico.
Apesar da pressão do governo por políticas mais expansionistas, atualmente o mercado credita que os juros permanecerão elevados pelo menos até o final do mandato de Lula.
Para conferir mais detalhes sobre a política monetária e as ações do Banco Central, acesse a reportagem completa.