Na última semana, Marcelo Gomes da Silva, um estudante brasileiro de 18 anos, passou seis dias detido na repartição da ICE em Burlington, Massachusetts. A prisão ocorreu enquanto ele tentava localizar seu pai, e ele foi alvo de críticas por parte de lawmakers e ativistas sobre as condições de cárcere.
Condições precárias e relatórios de abuso na ICE
Segundo o jovem, ele foi preso ao sair do treino de vôlei, enquanto seu objetivo era apenas encontrar seu pai. Seus advogados afirmam que ele entrou legalmente no Brasil, mas possui uma visto de estudante expirado. Após sua liberação mediante fiança, Marcelo contou à imprensa as dificuldades enfrentadas na prisão.
“Eles me colocaram de algodão com outros 35 homens, em uma sala pequena”, relatou. “Estou há seis dias sem tomar banho, sem poder fazer qualquer coisa. Só conseguia agradecer a Deus e conversar com outros sobre a Bíblia”, desabafou. Ele também falou sobre a falta de condições básicas, como comida e higiene.
Críticas às condições do centro de detenção e uso indevido das instalações
Relatos indicam que o local, que deveria servir apenas de espaço temporário, tem sido utilizado como centro de detenção prolongada devido às políticas de quotas de ICE sob a administração Trump. Autoridades locais alertam para as condições “absurdas” e desumanas, incluindo a ausência de camas e comida adequada, com presos dependendo de crackers para se alimentar.
Segundo uma porta-voz da família de Marcelo, ele foi obrigado a dormir no chão de concreto e a usar o banheiro na frente de outros homens. Em vídeos compartilhados pelas redes sociais, o adolescente também revelou que atuou como tradutor para outros detidos, ao mesmo tempo em que emocionou internautas com seu relato de sofrimento e esperança.
Repercussões e reação pública
Comentários nas redes sociais se mostraram indignados com o tratamento dado a Marcelo e a outros jovens na situação semelhante. Uma usuária afirmou: “ninguém deveria passar por isso”, enquanto outro comentou: “Nenhum ser humano deve ser tratado assim”.
Ativistas e defensores dos direitos humanos questionam a necessidade da detenção de menores e apontam o impacto psicológico de uma experiência traumática como essa. Um internauta escreveu: “Este é o retrato da América de Trump: uma sociedade que trata pessoas como descartáveis”.
Debate sobre a política de imigração e o futuro
Especialistas criticam o uso de instalações improvisadas como centros de detenção e alertam para o agravamento do problema, impulsionado pela política de quotas da atual administração. A expectativa é de que casos como o de Marcelo gerem novas discussões sobre os direitos dos imigrantes e a necessidade de políticas mais humanas.
Organizações de direitos humanos pedem por investigações e maior fiscalização das condições em que os detidos são mantidos, especialmente menores de idade. A história do jovem de 18 anos serve como um alerta para a necessidade de reforma no sistema de imigração dos Estados Unidos e em suas práticas.