Brasil, 1 de julho de 2025
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Governo Lula responde a críticas da ‘The Economist’

O Itamaraty defende a autoridade moral de Lula e suas ações internacionais em resposta à revista britânica.

O governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva reagiu, nesta terça-feira, às críticas da revista britânica ‘The Economist’ sobre a influência de Lula no exterior e sua perda de popularidade no Brasil. Em uma carta assinada pelo chanceler Mauro Vieira, o Itamaraty destacou a presença de Lula nos principais fóruns internacionais, afirmando que a autoridade moral do presidente é “indiscutível”.

A defesa de Lula e suas ações internacionais

Na carta, Vieira menciona que “para humanistas de todo o mundo, incluindo políticos, líderes empresariais, acadêmicos e defensores dos direitos humanos, o respeito à autoridade moral do presidente Lula é indiscutível”. O chanceler argumenta que Lula não é popular entre os negacionistas climáticos, mas que sua postura denuncia a irracionalidade de investir em destruição, em vez de combater a fome e o aquecimento global.

O artigo da ‘The Economist’, publicado no último domingo, afirma que o presidente brasileiro está “perdendo influência no exterior” e que “cada vez mais impopular” no Brasil. A revista critica a postura de Lula, sugerindo que ela torna o país “mais hostil ao Ocidente” e que houve uma falta de aproximação com os Estados Unidos desde que Donald Trump voltou à Casa Branca, em janeiro. Além disso, a queda na aprovação interna de Lula é atribuída ao crescente número de evangélicos e à reputação do Partido dos Trabalhadores (PT) ligada à corrupção.

Uma visão sobre o Brics e o G20

Vieira destaca na carta como a atuação de Lula à frente do G20, que reúne as economias mais ricas do mundo, e do Brics, o grupo formado por nações em desenvolvimento, tem sido fundamental. O chanceler menciona o lançamento da Aliança Global contra a Fome e a Pobreza e a proposta de taxação de bilionários como algumas das iniciativas de destaque.

“Poucos líderes mundiais, como o presidente Lula, podem dizer que sustentam com a mesma coerência os quatro pilares essenciais à humanidade e ao planeta: democracia, sustentabilidade, paz e multilateralismo. Como presidente do G20, Lula construiu um difícil consenso entre os membros, e ao longo do processo conseguiu criar uma ampla aliança global contra a fome e a pobreza”, enfatiza o documento.

Criticando a postura agressiva em relação a Israel e Irã

A ‘The Economist’ também menciona como o tom adotado pelo Ministério das Relações Exteriores brasileiro foi considerado “agressivo” durante o confronto entre Israel e o Irã, quando o Itamaraty condenou veementemente os ataques feitos pelos EUA a instalações nucleares iranianas. A revista sugere que a relação entre Brasil e Irã pode se estreitar durante a cúpula do Brics, marcada para a próxima semana.

“Originalmente, ser um membro ofereceu ao Brasil uma plataforma para exercer influência global. Agora, parece que o Brasil se torna cada vez mais hostil ao Ocidente”, destaca o artigo da publicação britânica.

A visão brasileira sobre um mundo multipolar

Segundo a carta, o Brasil enxerga o Brics como um “ator incontornável na luta por um mundo multipolar”, menos assimétrico e mais pacífico. O documento ressalta que a presidência brasileira trabalhará para fortalecer o perfil do grupo como um espaço de concertação política e de cooperação em prol do desenvolvimento e da sustentabilidade.

“Sob a liderança de Lula, o Brasil tornou-se um raro exemplo de solidez institucional e de defesa da democracia. Mostrou-se um parceiro confiável que respeita as regras multilaterais de comércio e oferece segurança a investidores”, menciona a carta.

Além disso, o governo brasileiro é retratado como um defensor do direito internacional e da resolução de disputas por meio da diplomacia. A carta enfatiza que “não fazemos tratamento à la carte do direito internacional nem interpretações elásticas do direito de autodefesa”, reiterando a posição do Brasil em relação aos ataques ao Irã.

Condenação à invasão da Ucrânia

A carta também recorda que, na gestão de Lula, o Brasil condenou a invasão da Ucrânia pela Rússia, ao mesmo tempo em que sublinhou a necessidade de abrir caminhos para uma resolução diplomática do conflito. Essa postura, segundo o documento, demonstra a consistência da política externa brasileira e a defesa da paz mundial.

Em suma, a resposta do governo brasileiro não apenas busca rebatir as críticas, mas também reafirmar seu compromisso com a diplomacia, a multilateralidade e a construção de um mundo mais justo e sustentável, baseando-se na experiência e na trajetória de Lula no cenário internacional.

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