O corpo de Juliana Marins, jovem brasileira que trágicamente faleceu durante uma trilha no vulcão Rinjani, na Indonésia, está previsto para chegar ao Brasil nesta terça-feira (1º). A família da vítima decidiu solicitar uma nova autópsia para esclarecer as circunstâncias de sua morte. Este desdobramento se dá após uma série de incertezas sobre a causa do falecimento e o momento exato em que ocorreu.
Solicitação de nova autópsia
A iniciativa da nova autópsia foi tomada pelos familiares de Juliana, que buscaram suporte da Justiça. Segundo Mariana Marins, irmã da jovem, o auxílio foi proporcionado pela Prefeitura de Niterói, que acionou a Defensoria Pública da União (DPU-RJ). A defensora Taísa Bittencourt Leal Queiroz explicou que o pedido foi feito para assegurar a realização do exame necroscópico em até seis horas após a chegada do corpo ao Brasil, a fim de preservar evidências relevantes sobre as circunstâncias da morte.
Causas da morte e primeira autópsia
Um primeiro exame foi realizado em Bali, logo após o resgate do corpo de Juliana do Parque Nacional do Monte Rinjani. De acordo com o laudo, a jovem faleceu em decorrência de múltiplas fraturas e lesões internas, não apresentando sinais de hipotermia. O médico-legista, Ida Bagus Putu Alit, informou em uma coletiva de imprensa que Juliana teria sobrevivido por cerca de 20 minutos após o trauma. No entanto, a falta de clareza sobre o momento exato das lesões levantou questionamentos por parte da família.
Mariana Marins mencionou que a publicidade sobre os resultados do exame foi inadequada, uma vez que a família não recebeu as informações antes do anúncio à imprensa. “É um caos e um absurdo. Fomos chamados ao hospital, mas a coletiva aconteceu antes que tivéssemos acesso ao laudo”, lamentou.
Reação de autoridades e questões sobre o resgate
Após dias de preocupação e repercussão do caso, um representante do governo indonésio se manifestou sobre as condições do resgate. O governador da província de Sonda Ocidental, Lalu Muhamad Iqbal, admitiu em um vídeo que houve falta de estrutura durante o resgate. Ele reconheceu que os procedimentos de salvamento precisam ser revisados e aprimorados para evitar futuras tragédias.
No vídeo intitulado “Carta aberta para meus irmãos e irmãs brasileiros”, Iqbal explicou que as condições climáticas adversas, incluindo chuvas e neblina, complicaram o resgate de Juliana. Ele destacou a urgência e a dedicação da equipe de resgate, que enfrentou riscos para tentar salvar a jovem, mas também reconheceu que a infraestrutura local é insuficiente para lidar com situações emergenciais dessa gravidade. O governador enfatizou que é necessário melhorar a segurança ao longo da trilha do Rinjani, que se tornou um destino turístico internacional popular.
Expectativas para o retorno do corpo
Com a previsão de que o corpo de Juliana Marins chegue a São Paulo nesta terça-feira, sua família aguarda a confirmação da companhia aérea sobre o translado do corpo. As expectativas são de que o novo exame contribua para elucidar os detalhes da morte e trazer um mínimo de conforto à família em meio a esse momento tão doloroso.
Enquanto isso, as autoridades brasileiras também se envolvem na questão, buscando garantir que todas as medidas necessárias sejam tomadas para que a verdade sobre a tragédia de Juliana seja revelada, contribuindo assim para a busca por justiça em seu nome.