O coronel Aginaldo de Oliveira, ex-secretário municipal de segurança pública de Caucaia, na região metropolitana de Fortaleza, foi exonerado do cargo, conforme publicação feita no Diário Oficial do Município nesta segunda-feira (30). A exoneração ocorre em um contexto delicado, uma vez que sua esposa, a deputada federal Carla Zambelli, é considerada fugitiva da Justiça.
A saída de Aginaldo da secretaria
Aginaldo ocupava o cargo desde janeiro de 2025 e, em 21 de maio, já havia solicitado seu afastamento por problemas de saúde de um familiar. A exoneração foi formalizada em meio a controvérsias que envolvem sua família, especialmente por conta da situação judicial de Zambelli, que foi condenada pelo Supremo Tribunal Federal (STF) e está sob investigação.
Trajetória militar
Natural de Alto Santo, no Ceará, o coronel Aginaldo tem uma longa carreira de mais de 30 anos na Polícia Militar. Ele é conhecido por sua atuação em grandes eventos, como a Copa do Mundo de 2014 e as Olimpíadas e Paraolimpíadas de 2016, além de ter participado de operações de combate ao narcotráfico nas fronteiras do Brasil com o Paraguai e a Bolívia. O título de “caveira”, que utilizava, é concedido aos policiais que completam cursos de Operações Especiais no BOPE.
Aginaldo, que possui graduação em Educação Física e é bacharel em Segurança Pública, foi chefe da Força Nacional de Segurança durante o governo de Jair Bolsonaro. Seu papel sempre esteve envolto em polêmicas, especialmente após ter elogiado policiais amotinados em uma situação de crise no Ceará em 2020.
Envolvimento político e polêmicas
Durante as eleições de 2022, Aginaldo se candidatou a deputado federal, mas não foi eleito. Em 2024, tentou se eleger prefeito de Caucaia com apoio de figuras políticas expressivas, incluindo o próprio Bolsonaro. Apesar de sua campanha, ele obteve apenas 12,24% dos votos válidos, ficando em quarto lugar. Após as eleições, ele assumiu a secretaria de segurança pública, onde enfrentou diversas críticas e desafios.
Esposa em situação de fuga
A situação de Aginaldo se torna ainda mais complicada devido à condenação de sua esposa, Carla Zambelli, que é acusada de coação e obstrução de Justiça. Zambelli, que se afastou do cargo de deputada e é atualmente considerada fugitiva, está sendo investigada por ter viajado para o exterior logo após sua condenação. Ela foi incluída na lista da Interpol como foragida, o que intensificou a pressão sobre o casal.
O ex-secretário se casou com Zambelli em fevereiro de 2020, e a ligação política entre os dois sempre chamou atenção, especialmente nas esferas mais conservadoras do Brasil. Sua exoneração e a situação judicial de sua esposa levantam questões sobre a integridade da gestão pública e as ligações entre política e Justiça no país.
Expectativas futuras
Agora, com a exoneração de Aginaldo, o cenário em Caucaia e na segurança pública local pode passar por mudanças significativas. Aginaldo deixa a secretaria em um momento delicado, e sua saída pode impactar a relação do município com o governo estadual e federal. Afinal, as repercussões da sua condução à frente da secretaria serão avaliadas em meio a uma situação política e judicial tumultuada.
O futuro de Aginaldo e Zambelli permanece incerto, especialmente considerando que a justiça brasileira continua a investigar os casos que envolvem o casal. Resta saber como essa situação afetará a carreira do ex-secretário e a política em Caucaia, onde sua presença é sentida tanto na gestão de segurança quanto nas relações públicas e políticas.