Brasil, 1 de julho de 2025
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Conflito nos Camarões: a busca pela paz em meio à crise

A situação de conflito nos Camarões continua a atormentar a população, com esforços da Igreja Católica em buscar soluções.

Nos Camarões, as regiões noroeste e sudoeste ainda vivem uma situação de intenso conflito entre o governo central e grupos separatistas. O arcebispo de Bamenda, Andrew Nkea Fuanya, ressalta que, embora haja melhorias, a paz definitiva ainda é uma meta distante. A Igreja Católica está profundamente envolvida na busca por soluções

A realidade do conflito nos Camarões

A linha que separa a região francófona da anglófona nos Camarões não é marcada por fronteiras geográficas, mas por um conflito que se intensificou desde a declaração da independência do Estado Federal da Ambazônia, em outubro de 2017. Mais de cinco anos se passaram e a situação na região continua crítica. Com milhares de mortes e um número alarmante de sequestros, aprox. 800 mil pessoas foram deslocadas, tornando-a uma das crises mais severas e menos notáveis do planeta.

As facções separatistas, conhecidas como “Amba Boys”, perpetuam uma onda de violência, realizando ataques e sequestros. Em contrapartida, o exército do governo responde com brutalidade, atacando comunidades inteiras sob a mera suspeita de atividade separatista. Este cenário de terror é um reflexo do cotidiano de uma população civil que há anos vive atormentada.

O papel da Igreja Católica

Dom Andrew Nkea Fuanya, arcebispo de Bamenda e presidente da Conferência Episcopal dos Camarões, reiterou em declarações à imprensa que a situação persiste, com casos frequentes de sequestros e tortura. Contudo, ele também destacou que há sinais de melhora, como o retorno das aulas e a reabertura de negócios, que estavam paralisados devido aos chamados “Segundas-feiras Fantasmas”. A população, porém, ainda vive assustada pela presença de grupos armados.

O diálogo entre o governo e os separatistas tem sido um tema recorrente, mas os progressos são limitados, o que leva dom Nkea a expressar suas preocupações: “Infelizmente, o diálogo está se mostrando cada vez mais difícil devido à violência e às divisões internas entre os separatistas. Acreditamos que, por conta de tantos anos de conflito, o objetivo da paz se torna mais um desafio.” O arcebispo tem trabalhado incansavelmente para manter canais abertos entre as partes, reforçando a importância da mediação inter-religiosa entre os diversos credos presentes na região.

A importância das eleições de outubro

Outro ponto crucial na agenda política dos Camarões são as eleições que ocorrerão em outubro. A Igreja Católica está engajada em incentivar a população a participar do processo eleitoral, crucial para a democracia do país. Dom Nkea enfatiza: “Estamos convidando todos os camaroneses a se registrarem em massa; a Igreja está pronta para enviar observadores às eleições. A nossa esperança é que o processo ocorra de maneira pacífica, sem episódios de violência.”

O debate em torno da reeleição de Paul Biya, que ocupa a presidência há 42 anos e enfrenta problemas de saúde, também tem gerado discussões acaloradas entre líderes da Igreja. Enquanto alguns bispos criticam a possibilidade de sua recandidatura em 2025, outros defendem a necessidade de um diálogo aberto que enfrente as questões que pairam sobre o futuro do país.

Com o olhar atento das autoridades e da sociedade civil, as eleições poderão representar uma oportunidade para mudar o rumo do país e promover a tão necessária paz. Enquanto isso, a Igreja Católica continua sendo uma força mobilizadora, promovendo o diálogo e a inclusão como ferramentas fundamentais para a resolução do conflito e a construção de um futuro melhor.

Com a combinação de esforços locais e internacionais visando a paz, a população camaronense espera por um porto seguro em meio ao caos que a rodeia.

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